O mundo está dividido uma vez mais e a enfrentar uma guerra que ninguém queria ver a acontecer. Muitas têm sido as sanções aplicadas à Rússia por parte de vários países, organizações e empresas e agora vem uma imposição da UE à Google.
As pesquisas feitas no seu motor de busca não devem mostrar mais resultados que venham da imprensa estatal russa. As autoridades da União Europeia alegam que os mecanismos de pesquisa desempenham um “papel decisivo” na disseminação de conteúdo.
A Comissão Europeia enviou à Google uma solicitação para remover os resultados da imprensa estatal russa nas pesquisas realizadas em países da UE. Segundo o The Washington Post, a ordem oficial da comissão visa proibir a transmissão de conteúdos dos canais RT e Sputnik na União Europeia.
UE exige que a Google bloqueie a imprensa estatal russa
Na verdade, esta ação não se limita à Google, outras empresas que atuem na EU com serviços de pesquisa na Web, terão que assumir a mesma postura. Na verdade, esta ação já tinha sido avançada no dia 2 de março, mas não tinha ficado evidente a quem se destinava nem quando as restrições deviam começar a ser impostas.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse na altura que, ao fazê-lo, os meios de comunicação “não poderão mais espalhar as suas mentiras para justificar a guerra de Putin”. Embora não tenha ficado clara a aplicabilidade de tais medidas, o Facebook, Twitter e TikTok restringiram no imediato o acesso ao RT e Sputnik em toda a Europa. A Google também anunciou as suas próprias restrições, mas apenas para o YouTube.
A Google descreve o pedido da UE indicando que:
A atividade dos motores de pesquisa desempenha um papel decisivo na difusão global dos conteúdos, na medida em que os torna acessíveis a qualquer utilizador da Internet que faça uma pesquisa com base na indicação do conteúdo ou termos conexos, incluindo os utilizadores da Internet que, de outra forma, não teriam encontrado a página da web na qual esse conteúdo é publicado… Consequentemente, se mecanismos de pesquisa como o Google não excluíssem o RT e o Sputnik, eles facilitariam o acesso do público ao conteúdo do RT e do Sputnik ou contribuiriam para esse acesso.
Decorre do exposto que, por força do Regulamento, os prestadores de serviços de pesquisa na Internet devem certificar-se de que i) qualquer link para os sites da Internet da RT e Sputnik e ii) qualquer conteúdo da RT e Sputnik, incluindo descrições textuais curtas, elementos visuais e links para os sites correspondentes, não aparecem nos resultados de pesquisa entregues aos utilizadores localizados na UE.”
Atualmente, para a partir de Portugal a pesquisa pelo Russia Today ou Sputnik não oferecem nenhum resultado direto para os sites destes meios de comunicação da Rússia. Através da ligação por VPN a partir dos Estados Unidos ou Turquia, as pesquisas já mostram os sites nos primeiros resultados.