A Rússia apresentou uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que apela a todos os países para que tomem medidas urgentes para impedir a colocação de armas no espaço exterior “para sempre”.
Recentemente, os Estados Unidos (EUA) e o Japão uniram-se, pedindo esforços para impedir a colocação de armas no espaço exterior. Apesar de a Rússia ter vetado este projeto, propôs, agora, ir além disso, apelando que se impeça a ameaça ou o efetivo uso da força fora da Terra “para sempre”.
A proposta da Rússia, a que Associated Press teve acesso, na quarta-feira, aborda a utilização de armas “do espaço contra a Terra e da Terra contra objetos no espaço exterior”.
Rússia terá vetado resolução, por pretender uma mais profunda
Conforme partilhado, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse ao Conselho de Segurança, quando vetou o projeto dos EUA e do Japão, que este não ia suficientemente fundo na proibição de todos os tipos de armas.
Na perspetiva da Rússia, a resolução da ONU vetada centrava-se apenas nas armas de destruição maciça, incluindo armas nucleares, não fazendo qualquer referência a outras armas.
Essa resolução apelava a todos os países, para que não desenvolvessem ou instalassem armas nucleares ou outras armas de destruição maciça no espaço.
Antes da votação da resolução, a 24 de abril, a Rússia e a China propuseram uma emenda que apelava a todos os países, especialmente aos que têm capacidades espaciais, para que “impeçam para sempre a colocação de armas no espaço exterior e a ameaça de utilização da força no espaço exterior”.
A votação foi de 7 países a favor, 7 contra e uma abstenção, e a emenda foi derrotada, porque não conseguiu obter o mínimo votos positivos.
Assim sendo, a Associated Press afirma que grande parte do projeto de resolução russo é exatamente igual ao projeto dos EUA e do Japão, incluindo a linguagem sobre a prevenção de uma corrida ao armamento fora da Terra.
O projeto de resolução apela a todos os países, especialmente aos que possuem capacidades espaciais importantes, “para que contribuam ativamente para o objetivo da utilização pacífica do espaço exterior e da prevenção de uma corrida ao armamento no espaço exterior”.
Para Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA, este é um sinal claro de que o mundo está a começar a compreender “as ramificações catastróficas de uma explosão nuclear no espaço”.