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Investigação determina que nuvem radioativa que pairou sobre a Europa veio da Rússia

Em 2017, uma misteriosa nuvem radioativa pairou sobre a Europa. A origem tem sido apontada desde então, mas sem uma declaração oficial.

Contudo, uma equipa de investigação analisou mais de 1.300 medições e conseguiu determinar a origem do vazamento. Segundo os investigadores, a libertação ocorreu na Rússia, mais precisamente na Central Nuclear de Mayak.


No passado, a Central Nuclear de Mayak foi palco de uma das maiores tragédias nucleares de que há registo. Em 1957 ocorreu o Desastre de Kyshtym, sendo considerado o terceiro acidente nuclear mais grave da História. Desde então a tecnologia e a segurança das centrais nucleares foram altamente desenvolvidas, sendo cada vez mais incomum ocorrerem acidentes nucleares.

Contudo, em 2017, de 29 de setembro a 13 de outubro, foram detetados níveis elevados de ruténio-106 por toda a Europa. As causas de tal fenómeno nunca foram clarificadas, tampouco a origem da libertação do material radioativo. Na altura, a Rússia confirmou também ter detetado elevados níveis de ruténio-106, mas não se pronunciou sobre qualquer acidente nas suas centrais nucleares.

Investigação determina que libertação veio da Central Nuclear de Mayak

A Central Nuclear de Mayak, localizada no sul da Rússia perto dos Montes Urais, foi a origem da nuvem radioativa que pairou sobre a Europa. A conclusão foi anunciada em comunicado e resulta de uma investigação feita por instituições de toda a Europa, que colaboraram na partilha de dados de medições referentes ao fenómeno detetado em 2017.

Mais de 1.300 medições foram analisadas e os resultados são indubitáveis: a libertação não foi proveniente do reator nuclear, mas sim da usina de reprocessamento dos resíduos nucleares.

We measured radioactive ruthenium-106, the measurements indicate the largest singular release of radioactivity from a civilian reprocessing plant.

A evidência que levou a esta conclusão por parte dos investigadores é o facto de apenas ter sido encontrado ruténio-106 nas medições realizadas. Caso o acidente fosse proveniente do reator nuclear, era expectável encontrar mais substâncias radioativas para além do ruténio-106.

Sem perigo para a saúde humana

Os cientistas afirmam ainda que este fenómeno, apesar de incomum, não representou perigo algum para a saúde humana. Foram medidos níveis de 250 a 400 TBq.

A tecnologia nuclear evoluiu imenso nas últimas décadas, sendo hoje das formas mais limpas e seguras de produzir energia. Não obstante, no passado ficaram marcados vários acidentes graves que representaram perigos ambientais e para a saúde humana.

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