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Nova aliança europeia quer reduzir dependência da Starlink

A Europa está a preparar-se para dar a volta à dependência da Starlink de Elon Musk. Vodafone e AST SpaceMobile unem forças para lançar uma constelação de satélites própria, prometendo internet móvel de banda larga mesmo onde a SpaceX ainda não chegou.


Reduzir a dependência da SpaceX

À medida que a Europa procura reduzir a sua dependência da SpaceX de Elon Musk, a Vodafone e a empresa norte-americana AST SpaceMobile vão construir um novo centro de operações na Alemanha.

O objetivo é apoiar a constelação de satélites de banda larga anunciada anteriormente pelas duas empresas.

Em março, as companhias revelaram a criação de uma “empresa conjunta de serviços por satélite europeus”, designada SatCo, destinada a servir operadores móveis em toda a Europa.

A Vodafone espera que os satélites comecem a fornecer internet móvel já a partir de2026.

Centro de operações e ligação com redes 4G e 5G

O novo centro será responsável por gerir e distribuir a conectividade por satélite da SatCo, assegurando que os operadores europeus tenham banda larga móvel em zonas carenciadas e possam apoiar serviços de emergência e operações de socorro em catástrofes.

As instalações irão incluir estações terrestres que ligarão a constelação de satélites às redes 4G e 5G existentes na Europa.

A cidade que acolherá o centro, Hannover ou Munique, será escolhida consoante o resultado das negociações.

Com a criação de uma constelação de satélites na União Europeia e de um centro de comando principal na Alemanha, estamos a garantir que a próxima geração de infraestruturas de comunicação fica firmemente ancorada na Europa.

Afirmou Margherita Della Valle, CEO da Vodafone.

Concorrência direta com a Starlink

A AST SpaceMobile está a desenvolver uma rede de satélites capaz de competir diretamente com a Starlink, embora a SpaceX mantenha atualmente uma presença muito superior em órbita.

Nos Estados Unidos, a SpaceX colabora com a T-Mobile no serviço de comunicações via satélite, enquanto a AST mantém parcerias com a AT&T e a Verizon.

Os satélites da AST, denominados BlueBird, estão a ser lançados através de parcerias com a Blue Origin (de Jeff Bezos), a agência espacial indiana (ISRO) e a própria SpaceX.

A resposta europeia à dominação da SpaceX

Os líderes europeus têm manifestado o desejo de criar uma alternativa controlada pela UE à SpaceX.

O sistema Starlink tem sido essencial durante a guerra na Ucrânia, mas o comportamento imprevisível de Elon Musk gerou receios de uma dependência excessiva da sua empresa.

Quatro das maiores empresas de satélites da Europa estão em negociações com líderes europeus sobre como reforçar a conectividade à Internet na Ucrânia: a francesa Eutelsat, a luxemburguesa SES, a espanhola Hisdesat e a Viasat, proprietária da empresa britânica Inmarsat.

A União Europeia está a desenvolver o seu próprio projeto de constelação, Iris2, avaliado em pelo menos 10 mil milhões de euros, mas que só deverá entrar em operação na década de 2030.

Enquanto isso, a empresa francesa Eutelsat, crítica de algumas atualizações propostas pela SpaceX, tem vindo a consolidar a sua posição junto de clientes governamentais e corporativos.

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