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Netflix avança com redução de preço das assinatura em mais de 30 países

Por vezes certas decisões podem ter resultados contraproducentes e a Netflix sabe disso. Em Portugal e noutros três países, a empresa ter terminado com as contas partilhadas, conseguindo com isso desagradar milhões de clientes. Esta tomada de decisão poderá mesmo significar algumas centenas de milhares de assinaturas anuladas. Já noutros países a Netflix não arriscou esta estratégia e face aos avanços da concorrência, e de outros fatores económicos, a sua ação foi baixar o preço. O timing para estas novidades terá sido estratégico?


Um pouco por todo o mundo, as economias arrefecem e há uma maior contenção nas despesas. Contudo, em contraciclo, a Netflix decidiu mudar as regras que mantinham o seu serviço apetecível e provocou algum desagrado nos utilizadores. As reações não se fizeram sentir e há centenas de milhares a prometer desistência no pagamento da sua assinatura. Como tal, a empresa de streaming de vídeo começou a reagir e inicialmente ajustou o preço no mercado da América Latina.

A pergunta que não quer calar é se a sua decisão de “atacar” as contas partilhadas, não terá sido um tiro no pé. Numa meia resposta, cerca de 30 países já viram o preço das assinaturas baixar de preço.

E Portugal, continua a pagar preços caros?

A Netflix decidiu reduzir o preço da sua assinatura em mais de 30 países, segundo informou o The Wall Street Journal. As mudanças ocorrem devido a forte concorrência entre os streamings e tem como foco voltar a atrair clientes, que agora possuem uma lista crescente de opções.

O jornal dá conta que a baixa de preço abrange países do Médio Oriente, incluindo Iémen, Jordânia, Líbia e Irão. Além disso, estão também na mira da empresa mercados da África subsariana, incluindo o Quénia. A Europa também está incluída, a empresa de streaming parece querer começar pelas franjas do velho continente e baixou o preço na Croácia, Eslovénia e Bulgária. Mas ficará só por estes?

No continente americano, a redução alcança alguns países e nos vários pacotes de serviço. Foram revistos os preços na Bolívia, Cuba, Venezuela, Nicarágua e Paraguai, El Salvador, República Dominicana, Honduras, Equador, Guatemala e Panamá.

Na Ásia, foram também mexidos os preços na Malásia, Indonésia, Tailândia e Filipinas. É de salientar que nalguns casos, o preço de uma assinatura foi cortado pela metade.

A lista de países com preços reduzidos poderá mesmo chegar aos 100 países, segundo avança o site Ampere. Curiosamente, Portugal não aparece mencionado.

[ATUALIZAÇÃO: 24/02 às 17.14H]

Será que se arrependeu?

Depois de uma decisão de mudar algumas regras, esta decisão de baixar os preços é uma surpresa, principalmente porque até o mês passado, quando apresentou os seus resultados financeiros, o plano da empresa visava subir os preços, além de implementar a polémica reestruturação da partilha de contas.

Eventualmente, esta mudança na forma dos clientes usar a sua subscrição, podendo partilhar a conta por vários “utilizadores” tinha como objetivo “obrigar” os que foram agora excluídos a comprar o seu pacote, ter a sua própria assinatura, o que, na teoria, aumentaria substancialmente os clientes da Netflix. Mas será que está a resultar?

Bom, esta estratégia de baixar o preço em certos mercados não é uma novidade. Em 2021, para dificultar a vida aos seus concorrentes, principalmente a Amazon Prime e Disney Plus, a Netflix decidiu reduzir os seus preços na Índia, um dos mercados mais importantes para crescimento global.

Segundo análise do WSJ, as mudanças são um sinal de que estas grandes empresas streamers ainda estão a lutar para definir qual preço oferecerá a melhor combinação de crescimento de assinantes e receita nalguns mercados que podem ser estratégicos.

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