Muito se tem falado sobre a inteligência artificial e também vários alertas já têm soado sobre o impacto menos positivo que esta avançada tecnologia tem ou pode vir a ter em vários setores. Recentemente, a Microsoft acusou mesmo a China de usar imagens IA para enganar os eleitores norte-americanos e virá-los uns contra os outros.
China terá usado fotos IA para baralhar os eleitores norte-americanos
Há mais uma polémica a acentuar o conflito crónico entre os EUA e a China. Segundo as mais recentes informações, os analistas da Microsoft afirmam que desde o mês de março que a China tem usado a IA generativa para criar conteúdos virais que dividem a opinião dos eleitores norte-americanos nas redes sociais.
De acordo com Clint Watts, diretor-geral da Microsoft Threat Analysis Center:
Observamos atores filiados à China que aproveitam os conteúdos visuais gerados por IA numa ampla campanha que se concentra principalmente em tópicos politicamente divisivos, como violência armada e a denegrir figuras e símbolos políticos dos EUA.
Na passada quinta-feira (7), os analistas da empresa de Redmond divulgaram um relatório onde destacam as ameaças digitais da China e da Coreia do Norte e disseram ainda que os agentes chineses estão a influenciar os seus alvos “em maior extensão do que o observado anteriormente“. Os alertas indicam que contas de plataformas sociais afiliadas ao Partido Comunista Chinês (PCC) estavam a publicar imagens geradas por IA, como um poster do movimento Black Lives Matter onde são exibidos buracos feitos por balas e um homem negro a render-se.
Segundo a Microsoft, momentos depois da publicação deste mesmo poster, uma conta que se fez passar por um eleitor conservador dos EUA partilhou a imagem e acusou os EUA de discriminação racial.
Uma outra imagem gerada por IA mostra a Estátua da Liberdade armada com a legenda “A Deusa da Violência”. Os analistas adiantaram que a imagem foi publicada por uma conta que se suspeita ser administrada como uma operação de influência chinesa. “Este conteúdo visual de qualidade relativamente elevada já atraiu níveis mais elevados de envolvimento de utilizadores autênticos das redes sociais“, alertam os analistas da Microsoft.
Em muitos casos, não é fácil garantir que as contas não são genuínas e ao contrário de “outras campanhas de atores filiados ao PCC, que usavam identificadores, nomes de exibição e fotos de perfil gerados por computador fáceis de detetar, estas contas mais sofisticadas são operadas por pessoas reais que empregam identidades fictícias ou roubadas para ocultar a afiliação das contas. com o PCC“, dizem os especialistas.
Watts diz ainda que “podemos esperar que a China continue a aperfeiçoar esta tecnologia ao longo do tempo, embora ainda não se saiba como e quando a implementará em grande escala“.
O Insider solicitou esclarecimentos sobre este relatório da Microsoft, mas o porta-voz da Embaixada da China em Washington, Liu Pengyu, disse em comunicado que “nos últimos anos, alguns meios de comunicação ocidentais e grupos de reflexão acusaram a China de usar inteligência artificial para criar redes sociais falsas para interferir na política dos EUA. Tais comentários estão cheios de preconceito e especulação maliciosa contra a China, aos quais a China se opõe firmemente“.