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Kosmos 2499: Misterioso satélite russo explode e deixa rasto de lixo

Um misterioso satélite russo Kosmos 2499 desfez-se no início do mês passado, criando uma nuvem de destroços que poderá permanecer na órbita da Terra durante mais de um século. Foi acidente ou um ato intencional?


Kosmos 2499 explodiu e deixou pelo menos 85 pedaços de lixo perigosos

A nave espacial Kosmos 2499 desintegrou-se na noite de 3 de janeiro, de acordo com o 18.º Esquadrão de Defesa Espacial (18.º SDS) da Força Espacial dos EUA, que segue objetos de origem humana em órbita.

O evento de desagregação gerou pelo menos 85 peças de destroços rastreáveis, disse o 18.º SDS via Twitter na segunda-feira, 6 de fevereiro. Esta nuvem de lixo espacial está em órbita a 1.169 quilómetros acima da Terra – tão alta que provavelmente levará um século ou mais para que a atmosfera puxe este lixo para baixo.

A 18.ª SDS não especulou sobre a causa da rutura. E isso está longe de ser o único mistério que rodeia o Kosmos 2499.

Segundo Anatoly Zak, do site RussianSpaceWeb.com, este satélite foi lançado na órbita da Terra em maio de 2014 acoplado um veículo de lançamento russo Rockot, com três satélites de comunicações militares Rodnik.

 

Kosmos 2499 partiu secretamente para a órbita da Terra

O Kosmos 2499 não estava oficialmente no manifesto de lançamento. O que o detetou foram os localizadores de satélite dos EUA que o catalogaram inicialmente como um pedaço de destroços chamado Object E, conforme escreveu Zak. Contudo, posteriormente esses “destroços” começaram a fazer manobras, aparentemente aproximando-se do estágio superior do Rockot, o Briz-M.

No final de outubro [2014], os EUA reclassificaram oficialmente o Objecto E como ‘carga útil’ em vez de um ‘fragmento’ e finalmente catalogaram-no como Kosmos 2499 (com uma grafia ‘traduzida’ ‘COSMOS 2499’). O exército dos EUA estava agora a rever os parâmetros orbitais do misterioso satélite três ou quatro vezes por dia!

Escreveu Zak.

As análises dos elementos orbitais indicam que o satélite russo chegou a apenas 760 metros do Briz-M em 9 de novembro de 2014, de acordo com Zak. A nave espacial recuou rapidamente, mas aproximou-se ainda mais no dia 25 de novembro, a 530 metros do corpo do foguetão.

Tais atividades levaram a especulações de que Kosmos 2499 e Kosmos 2491, um objeto aparentemente semelhante lançado para a órbita da Terra em dezembro de 2013, testavam tecnologia que poderia permitir às naves espaciais perseguir e talvez até desativar outros satélites. De facto, Oleg Ostapenko, então chefe da agência espacial federal russa Roscosmos, abordou tais rumores numa conferência de imprensa em dezembro de 2014.

Apesar das palavras de Ostapenko, este satélite misterioso permaneceu ativo, desligado e ligado, durante vários anos e ninguém sabe ao certo a sua atividade. No entanto, os dias de manobras do Kosmos 2499 estão agora terminados, uma vez que o satélite explodiu, deixando apenas um rasto de mais lixo espacial.

 

Espaço tem cada vez mais lixo

De acordo com a Agência Espacial Europeia, cerca de 36.500 peças de lixo espacial com pelo menos 10 centímetros de largura orbitam à volta do nosso planeta. E estes são apenas os objetos suficientemente grandes para serem monitorizados; a órbita terrestre alberga provavelmente mais de 130 milhões de objetos com pelo menos 1 milímetro de diâmetro.

Mesmo os fragmentos na extremidade baixa desse espectro de tamanho podem causar danos aos satélites e outras naves espaciais, considerando a rapidez com que os objetos em órbita se movem. Por exemplo, a Estação Espacial Internacional, que orbita a uma altitude média de cerca de 400 km, faz uma passagem à volta do planeta a cerca de 28.000 km/h.

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