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Huawei prevê quebra nas receitas superior a 26 mil milhões de euros

Ren Zhengfei admitiu, esta segunda-feira (17), que a sua empresa já está a contar com uma significativa quebra nas receitas. Mais concretamente, estimam uma perda de 30 mil milhões de dólares, cerca de 26,7 mil milhões de euros devido à expectável queda nas vendas de smartphones Android da Huawei.

É, portanto, uma das consequências imediatas face à pressão da administração Trump à tecnológica.


Importa, no entanto, perceber a escala destes números que, amiúde, são atirados ao leitor. Assim sendo, por muito impressionantes que sejam as cifras, representam uma queda estimada de 10% no valor anual das receitas previstas. É, portanto, uma previsão para o desempenho anual da Huawei entre 2019 e 2020.

Menos 26 mil milhões de euros, ou cerca de 10% das receitas de 2018

Números que por si só nada nos dizem. Sem a devida contextualização, mais não são do que isca utilizada pelos tabloides. Não obstante, é o reconhecimento pela maior autoridade dentro da Huawei, que a empresa sentirá uma contração no futuro. Algo que interromperá o seu crescimento vertiginoso aqui apontado pela IDC.

Ao mesmo tempo, Zhengfei admitiu que a Huawei reajustará o volume de produção de smartphones. Assim sendo, confirmam-se a tese previamente avançada no Pplware. Há uma nova realidade que se fará sentir também junto das linhas de produção para novos smartphones Android da tecnológica chinesa.

Ainda assim, o fundador da Huawei garantiu que a empresa sobreviverá. Mesmo que os seus smartphones Android tenham que optar por outra plataforma, relembrou que o setor mobile não é a única área de atividade da empresa. Com efeito, temos uma enorme presença no mercado de redes e IoT por parte da tecnológica.

A Huawei viverá, mesmo sem smartphones Android

Para Zhengfei, o pior cenário possível, sem smartphones Android, acarretará quebras nas receitas. Isto é, deixará de entrar uma porção significativa de proveitos nos seus cofres. No entanto, para este e o próximo ano está prevista uma queda de 10% face ao volume de receitas auferidas em 2018.

São menos 30 mil milhões de dólares que a empresa pode deixar de receber, mas dificilmente pode ser considerado um “rombo fatal”. É significativo, tal com o próprio fundador o admite, mas há mais áreas de operação para a Huawei.

https://twitter.com/Wes_Andrews/status/1137865590276730885

Ao propósito, veja-se o relatório fiscal (em português) da empresa alusivo ao ano de 2018. Aí apuramos receitas na ordem dos 107 mil milhões de dólares, cerca de 95 mil milhões de euros auferidos nesse ano. Desta cifra, 52 mil milhões de dólares, ou 46 mil milhões de euros foram gerados pela venda dos seus smartphones Android.

Além disso, em 2018 as receitas geradas pelo seu departamento mobile e de soluções para o consumo, superou as receitas provenientes do setor de redes. Algo que torna claro o crescimento do seu departamento de smartphones, pelo menos até ao ano passado.

A esperança no entendimento entre os EUA e a Huawei

Perante a ordem executiva assinada por Donald Trump, presidente norte-americano, as empresas desse país foram formalmente impedidas de negociar com a Huawei. Assim, perante o corte de qualquer relação comercial entre as empresas e a fabricante de smartphones Android, cessam os lucros para ambas as partes.

É, a partir de agora, uma guerra de atrito comercial entre ambas as potências. Entre os Estados Unidos da América e a China, a “fábrica do mundo”. Agora, resta saber qual dos dois polos aguentará, durante mais tempo, o atrito causado pelas tensões atuais.

Entretanto, a Huawei sofre os danos colaterais deste conflito económico. A quebra de 10% na faturação prevista entre 2019 e 2020 é, ainda assim, um rombo considerável. Algo que obrigará a empresa a procurar novas soluções, agora fora dos EUA para novo software, bem como novo hardware.


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