O assunto não é novo e está no horizonte uma disputa entre grandes nomes do mundo da tecnologia e, acima de tudo, grandes marcas do setor automóvel. Quem vingará como a alternativa real aos combustíveis fósseis, será o hidrogénio ou a energia solar?
A investigação tem evoluído de forma muito célere. O tempo urge e há uma necessidade crescente para substituir a gasolina e o gasóleo. A solução mais “verde” parece ser o hidrogénio, esta será uma das soluções para reduzir as emissões de CO2 na estradas. Um projeto europeu de investigação está em pleno andamento para incentivar o desenvolvimento desta tecnologia.
Há imensos projetos para tornar o hidrogénio numa fonte limpa, barata e praticamente inesgotável de combustível.
A Mercedes, assim como outros fabricantes de automóveis, apresentou já projetos e veículos movidos a células de combustível. Há inclusive equipas de investigação que estão a evoluir no processo de libertar o hidrogénio da água do mar de forma muito mais barata e eficiente do que os métodos existentes. Mas isto não está só no campo do mundo automóvel nem é uma pretensão do agora.
Mercado automóvel será o impulso do Hidrogénio
Atualmente, existem apenas algumas centenas de veículos a hidrogénio na Europa. A Dinamarca está a abrir caminho e é o primeiro país com uma rede nacional de estações de abastecimento – existem 10 estações de hidrogénio estrategicamente colocadas em todo o país.
O objetivo do projeto é criar, dentro de dois anos, aproximadamente cinquenta estações de abastecimento de hidrogénio na Europa. O número de veículos em circulação também deve duplicar. Os automóveis a hidrogénio possuem determinadas vantagens:
A condução é muito suave, o motor não faz ruído. Em termos de vantagens é possível manter os padrões do motor de combustão de um carro normal. O depósito demora entre 3 a 6 minutos a encher e tem uma autonomia de 4 até 600 kms”,
Refere Tejs Laustsen Jensen, diretor executivo da Hydrogen Denmark.
Um dos desafios é produzir hidrogénio ecológico, a partir de fontes renováveis. A tecnologia já existe, como em Sheffield, no Reino Unido. Segundo Ben Madden, coordenador do projeto H2ME: “a maior parte do hidrogénio que temos hoje provém de combustíveis fósseis, mas quando pensamos em utilizar hidrogénio na mobilidade e nos transportes, as fontes de produção devem ser ecológicas. É possível ligando um cabo diretamente a partir da fonte de produção e depois ao veículo”.
A pesquisa está bem encaminhada para melhorar a eficiência dos dispositivos que separam a água em dois elementos: hidrogénio de um lado e oxigénio do outro. O hidrogénio é então purificado e pode ser armazenado no local.
É possível produzir hidrogénio quando há um excedente de eletricidade, quando o custo é menor e quando é mais “verde”. É possível fazê-lo em qualquer lugar, por exemplo na estação de abastecimento. Para além disso, o armazenamento de hidrogénio evita a necessidade do transporte do combustível.”
Refere Charles Purkless da ITM Power
O desafio também está relacionado com os custos – que são mais elevados do que os veículos e do que os combustíveis convencionais. Os investigadores esperam que, por volta do ano 2025, os custos associados ao abastecimento de um veículo a hidrogénio sejam equivalentes a um veículo a gasolina ou a diesel. Este é sem dúvida o objetivo até porque será a premissa para conquistar as massas.
Poderá nascer um “novo” híbrido
Este método não será a única fonte de energia limpa, o mercado está fortemente posicionado para outras alternativas. Poderá mesmo haver um novo conceito de “híbrido” nas estradas, embora que todas as fontes de energia serão ecologicamente aceitáveis.
O futuro veículo será uma mistura entre bateria e hidrogénio e já existem híbridos na estrada, etc… Creio que vamos ver todas as soluções, mas primeiro é preciso competir contra as tecnologias fósseis.
Conclui TejsLaustsenJensen.
O olhar para o futuro permite-nos exercitar a ideia para que daqui a dez anos possamos ter centenas de milhares de automóveis a hidrogénio nas estradas europeias.