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Garmin terá pago resgate de “vários milhões de dólares” para recuperar serviços

A Garmin, no dia 23 de julho, sofreu um ataque por ransomware que afetou vários serviços. Com os seus dados cifrados e inacessíveis, estava a ser pedido um resgate por parte dos atacantes no valor de 10 milhões de dólares. Neste tipo de ataques, o procedimento aconselhado às vítimas é não pagar.

Mas, com os serviços repostos, é avançada agora a notícia de que a Garmin poderá ter recuperado os seus dados depois de ter pago “vários milhões de dólares” pelo resgate.


O ataque por ransomware à Garmin

A história do ataque de ransomware à Garmin começa no dia 23 de julho, quando os utilizadores deixaram de ter acesso a serviços como Garmin Connect, serviço de atendimento ao cliente, por chamadas e emails, e ainda ao site. Nesse dia, podia ler-se em comunicado da empresa que estaria a sofrer “problemas técnicos”.

Rapidamente, começaram a surgir notícias com informações vindas de fontes muito próximas da empresa, de que não se tratava de um problema técnico, mas sim de um ataque que impedia a empresa de ter acesso aos seus dados.

Na ausência de controlo sobre a rede, todos os funcionários foram solicitados a desligar qualquer computador que tivesse acesso aos seus sistemas.

Os ataques de ransomware são uma ameaça para as empresas. Os seus dados são cifrados e o preço do resgate, além de ser sempre algo impensável, não garante que os criminosos devolvam o que roubaram.

No entanto, passados 4 dias, a empresa revelou que os sistemas já estariam a começar a ser repostos. Sem deixar garantias, em comunicado disse ainda que:

Não temos sinais de que se tenha acedido, perdido ou roubado nenhum dado de nossos clientes, incluindo informações de pagamento, de Garmin Pay.


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Um resgate de milhões

Então como é que a Garmin conseguiu voltar a ter acesso aos seus dados depois do ataque e repor os serviços? Ao que indica agora uma publicação da Sky News, a Garmin terá mesmo pago muitos milhões de dólares aos criminosos que cifraram os seus ficheiros. A negociação com os criminosos terá acontecido através da empresa Arete IR.

A publicação, que cita pessoas “com conhecimento sobre o assunto”, que falaram “sob condição de anonimato”, refere que a Garmin tinha tentado pagar o resgate inicialmente, através de outra empresa especializada em responder a esses incidentes. No entanto, essa empresa respondeu que não negociava pagamentos de resgate nos casos do WastedLocker, sob o risco de violar as sanções americanas contra a Evil Corp.

Assim, a Garmin viu-se obrigada a recorrer à Arete IR. As duas envolvidas, não comentam o caso e a Arete apenas refere que cumpre com as questões de confidencialidade dos seus clientes, sem violar as sanções norte-americanas.

Apesar de ser aconselhado às vítimas destes ataques não pagar o resgate de forma a não incentivar o tipo de crime, a verdade é que esta parecia ser a única saída para a empresa ter de volta o acesso aos seus dados, o mais rapidamente possível, sem mais prejuízo para os seus clientes. Contudo, este pagamento, poderá abrir precedentes para novos ataques a grandes empresas com expressão mundial.

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