Depois do choque laboral da mudança forçada e repentina para o teletrabalho durante a pandemia, as empresas estão a tentar reencontrar o equilíbrio para enfrentar o próximo grande desafio: aproveitar a eficiência que a tecnologia traz para reduzir a semana de trabalho para 32 horas.
A tónica é colocada na jornada de trabalho de quatro dias, mas nem todos os setores podem prescindir de um dia por semana, pelo que já estão a ser propostas alternativas.
Os últimos estudos efetuados pela organização 4 Day Week Global indicam que o modelo de 8 horas é obsoleto, porque o tempo real de trabalho está mais próximo das 33 horas. As restantes 7 horas são mero presenteísmo e tempo desperdiçado em tarefas não otimizadas.
Estes dados defendem as hipóteses de quem considera que o modelo de 32 horas de trabalho semanal é o que melhor responde à realidade das necessidades das empresas e dos trabalhadores, proporcionando flexibilidade laboral, bem-estar e aumento da produtividade através da adoção de processos mais eficientes nas empresas.
Contudo, há empresas que precisam de 5 dias semanais
Mas nem todas as empresas conseguem abdicar de um dia de trabalho e, por isso, surge uma nova proposta: em vez de distribuir o dia de trabalho por 4 dias de 8 horas, é necessário um dia de trabalho de 6,5 horas durante 5 dias por semana. Este modelo já foi testado na Suécia com resultados positivos e muitas empresas utilizam-no durante os meses de verão num formato de jornada de trabalho intensiva.
Antes de iniciar os vários programas-piloto de 4 dias de trabalho que já foram lançados em diferentes partes do mundo, todas as empresas devem passar por um período de formação e otimização dos seus processos. É impossível fazer em 4 dias o que anteriormente era feito em 5 dias sem implementar muitas mudanças.
Este processo baseia-se na promoção do empenho dos trabalhadores e na melhoria da produtividade, utilizando as ferramentas tecnológicas adequadas a cada empresa e otimizando todos os seus processos para evitar duplicações ou gestão desnecessária. Resumidamente, tornar produtivo cada minuto passado no trabalho.
Melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, maior empenho
Os resultados do projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias no Reino Unido sugerem que a redução do horário de trabalho traz benefícios tanto para as empresas como para os trabalhadores. Por um lado, um dia de trabalho mais realista permite a 54% dos trabalhadores conciliar melhor a vida profissional e familiar. Ao disporem de mais tempo livre para atividades físicas e de lazer:
- 39% afirmaram estar menos stressados;
- 71% referiram menos fadiga no trabalho;
- Diminuição de 65% dos dias de ausência por doença;
- Redução de 57% na rotatividade e nas intenções de demissão nas empresas que o implementaram.
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