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Descoberta pela primeira vez uma estrela Pulsar que tem a forma de uma lágrima

É uma descoberta inédita e curiosa. Apesar da ciência saber há muito da existência de estrelas distantes que pulsam de forma semelhante ao Sol, encontraram agora um caso inédito. Isto porque estes pulsares oscilam ritmicamente e em toda a sua superfície. Agora foi descoberta uma estrela que apenas oscila num dos seus hemisférios.

A estrela descoberta agora é peculiar não só pela sua forma de lágrima mas também pela sua composição.


Estrela Pulsar em forma de lágrima

Uma investigação internacional, com a participação do Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC), descobriu pela primeira vez uma estrela que oscila num único hemisfério. Chama-se HD74423 e está localizada na Via-Láctea a cerca de 1500 anos-luz da Terra, tem 1,7 vezes a massa do Sol.

Esta estrela faz parte de um sistema estelar binário, com um período orbital inferior a dois dias, no qual a atração gravitacional de um companheiro próximo puxa as pulsações para um lado, dando-lhe uma forma ovoide ou de lágrima.

A primeira coisa que me impressionou foi o facto de ser uma estrela quimicamente peculiar. Estrelas como esta são normalmente bastante ricas em metais, mas esta é pobre em metais, por isso é um tipo raro de estrela quente.

Explicou Simon Murphy do Instituto de Astronomia e coautor do estudo.

 

O conceito não é novo, mas nunca havia sido visto

De acordo com as declarações do IAC, desde 1940 que se teoriza sobre a existência de estrelas com oscilações modificadas pela força gravitacional de outro corpo próximo. Contudo, desde há 30 anos existem fórmulas que explicam como o eixo de pulsação de uma estrela se pode mover através das forças da maré geradas pela interação gravitacional. Contudo, até agora nenhuma evidência deste fenómeno foi obtida a partir de dados das observações.

Desde os anos 80, acreditamos que sistemas como este poderiam existir, mas só agora é que finalmente encontramos um.

Referiu Don Kurtz, investigador da Universidade Central de Lancashire (Reino Unido) e coautor do estudo.

Segundo Gerald Handler, autor principal do artigo, os excelentes dados do satélite TESS da NASA permitiram observar variações de brilho devido à distorção gravitacional da estrela e às pulsações. Foi com surpresa que a equipa observou que a força das oscilações dependia do tempo em que a estrela era observada e que elas variavam com o mesmo período da órbita binária.

Como as estrelas binárias orbitam umas às outras, vemos diferentes partes da estrela pulsante; às vezes vemos o lado que aponta para a estrela companheira, e outras vezes vemos a face exterior. É assim que os astrónomos, além de observar pequenas flutuações de brilho, tinham a certeza de que as pulsações estavam apenas num lado da estrela quando o mesmo hemisfério estava a apontar para o telescópio.

Acrescentou o investigador David Jones.

A pista inicial que levou à descoberta desta estrela incomum veio de astrónomos amadores. Eles inspecionam regularmente em detalhe a enorme quantidade de dados que o TESS fornece. Posteriormente alertaram Saul Rappaport, um investigador do Massachusetts Institute of Technology (EUA) para o fenómeno.

 

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