O Brasil e a Argentina estão a trabalhar numa moeda comum e, em breve, anunciarão o início dos trabalhos para dar origem a esta união monetária. Uma vez que está planeado que mais países recebam o convite para aderirem, esta poderá ser a segunda maior união do mundo.
A integração de uma nova moeda comum aconteceria paralelamente à utilização do real brasileiro e do peso argentino.
Pela estabilidade económica, pelos mercados financeiros integrados e pelas vantagens que lhe conhecemos atualmente, a União Europeia decidiu criar uma moeda comum – o euro. Neste momento, os 20 estados-membros que decidiram aderir dão corpo àquela que é, para já, a maior união monetária do mundo: a área do euro, ou zona euro.
No futuro, o pódio poderá vir a ser preenchido por uma nova união monetária que será, em breve, criada pelo Brasil e a Argentina.
Mais uma moeda comum (possivelmente) de peso
De acordo com o Financial Times, o Brasil e a Argentina anunciarão, durante esta semana, o início dos trabalhos de preparação para uma nova moeda comum. Os dois países, que alimentam duas das maiores economias da América do Sul, discutirão o plano numa cimeira, a acontecer em Buenos Aires, durante esta semana.
Inicialmente, o foco serão as potencialidades de uma nova moeda comum. Ou seja, de que forma é que o ”sur” (que significa “sul”), conforme sugere o Brasil, poderia impulsionar o comércio regional e reduzir a dependência face ao dólar norte-americano.
Posteriormente, o objetivo passará por convidar outras nações latino-americanas, dando origem à segunda maior união monetária do mundo.
Haverá uma decisão de começar a estudar os parâmetros necessários para uma moeda comum, que inclui tudo: desde questões fiscais à dimensão da economia e ao papel dos bancos centrais.
Seria um estudo dos mecanismos de integração comercial. Não quero criar falsas expectativas… é o primeiro passo de um longo caminho que a América Latina deve percorrer.
Explicou Sergio Massa, ministro da economia da Argentina, ao Financial Times, recordando que a Europa demorou 35 anos a criar o euro.
Conforme estimou o Financial Times, uma união monetária que abrangesse toda a América Latina representaria cerca de 5% do PIB global. Ora, a maior união mundial, o euro, abrange cerca de 14%, quando calculado em dólares.
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