Mais de metade dos americanos também está do lado do FBI.
A polémica está instalada em redor da empresa de Cupertino.
Após o massacre em San Bernardino, em 2015, o FBI exigiu que a Apple criasse uma backdoor de acesso ao iPhone do terrorista responsável, para que pudessem ter acesso a diversas informações do criminoso. No entanto, Tim Cook negou essa ordem.
O caso foi, e está, a ser alvo de muita controvérsia e agora, como forma de incendiar ainda mais este assunto, Bill Gates vem defender que a Apple deve desbloquear o iPhone para o FBI.
Ainda há poucos instantes, noticiámos que Tim Cook admitiu que a Apple consegue, sim, quebrar a segurança do iPhone, mas não é por isso que pretende fazê-lo.
O CEO da Apple negou-se a criar uma backdoor para providenciar informações do iPhone do terrorista ao FBI, contando com o apoio de empresas fortes como o Twitter, Facebook e ainda a Google.
Esta decisão gerou bastante polémica, levando até ao candidato Donald Trump defender o boicote à empresa de Cupertino.
Agora, para “pôr mais lenha para a fogueira” vem Bill Gates, fundador da Microsoft, apoiar o FBI e defender que a Apple deveria desbloquar o iPhone para providenciar as informações pedidas.
Foi em entrevista ao Financial Times que Bill Gates veio defender o FBI, negando que estes tenham pedido qualquer backdoor:
This is a specific case where the government is asking for access to information. They are not asking for some general thing, they are asking for a particular case.
Bill Gates ao Financial Times
Para Cook, desbloquear um iPhone iria abrir um grande precedente, mas Gates defente que isso não é bem assim pois a Apple tem acesso à informação, apenas não a quer divulgar, comparando esta situação ao exemplo de quando a um banco ou operadora é exigida qualquer informação acerca de um cliente em concreto.
Gates ainda defente que existem vários benefícios em o Governo ter acesso a determinadas informações, apesar de reconhecer que devem existir regras nesse acesso, de forma a limitar ao que têm acesso.
Segundo o director do FBI, James Comey, não se está a tentar que a Apple abra um precedente, mas sim que pense nas vítimas e na justiça.
Como reforço, um estudo divulgado ontem conclui que, dos 2.000 americanos questionados, mais de metade são a favor de que a Apple desbloqueie o iPhone.
38% dos inquiridos defende o não desbloqueio, mantendo-se do lado da Apple, e 11% não tem uma opinião formada acerca do assunto.
Quando são apenas questionados utilizadores do iPhone, 47% apoia o FBI e 40% mantém-se fiel à posição de Tim Cook.