Ontem a ANACOM veio acusar as empresas ligadas à venda de serviços de Internet, TV e telefone de estarem a baixar a qualidade dos serviços e a aumentar preços. Os clientes não gostaram, mas as empresas estão a reagir.
Depois da NOS ter vindo afirmar que a notícia não correspondia à verdade, a Altice Portugal deixou também um comunicado onde esclarece a situação e acusa a ANACOM de não falar a verdade.
MEO, NOS e Vodafone sobem preços e reduzem qualidade dos serviços, era isto que escrevíamos ontem depois de uma comunicação enviada ao Pplware por parte da ANACOM. No texto podia ler-se que entre outubro e novembro de 2020, os três principais prestadores de comunicações eletrónicas em Portugal (MEO, NOS e Vodafone), aumentaram as mensalidades das suas ofertas base “triple play” em 3,3% (+1 euro).
Além disso, era sugerido que o aumento de preços surge ao mesmo tempo e na mesma proporção, sendo muito superior à taxa de inflação. Desde 2018 que não existem diferenças nas mensalidades deste tipo de ofertas, sendo ainda ofertas mais desfavoráveis quando comparadas com a média internacional.
A Altice Portugal, tal como a NOS, já veio expressar a sua opinião relativamente a estas declarações. A empresa da MEO vem dizer que tudo não passa de uma falsidade e acusa a ANACOM de não estar a desempenhar o seu papel de regulador, que “há 3 anos que não realiza qualquer estudo de Mercado ou de preços, antes recorrendo a dados completamente estranhos ao setor.”
Comunicado da Altice Portugal:
A Altice Portugal por questões de seriedade e defesa do seu bom nome, bem como do setor das telecomunicações em Portugal vê-se obrigada, uma vez mais, a reagir a mais uma comunicação da ANACOM pela gravidade que esta confere.
Assim, a Altice Portugal esclarece:
A afirmação da ANACOM sobre o aumento de preços aos seus clientes nada mais é que uma pura e redonda falsidade.
De forma alguma se pode aferir que se tenha registado qualquer diminuição da qualidade do serviço na oferta que a empresa tem no mercado.
As condições referidas pela ANACOM não se aplicam a clientes atuais.
Reiteramos que Portugal é um dos Países da União Europeia em que os pacotes de telecomunicações são os mais atrativos, como aliás mencionado pelo estudo do IDES, publicado pela Comissão Europeia.
Lamentamos que, uma vez mais, baseado numa falta de evidências, venha o Regulador do setor tentar manipular o País com declarações infundadas que apenas pretendem denegrir a imagem desta empresa que investe centenas de milhões de euros por ano no nosso País e emprega cerca de 20 mil pessoas.
Há cerca de 3 anos que a ANACOM não realiza qualquer estudo de Mercado ou de preços, antes recorrendo a dados completamente estranhos ao setor.
Assim, tendo a ANACOM, de há três anos a esta parte, insistido em afirmar e defender teses sem que estas tenham qualquer estudo oficial ou evidência, credível e homologado por base, lança a Altice Portugal o repto para que pela primeira vez mostre qual o estudo ou evidências em que baseia as suas afirmações, à semelhança do que praticam outras entidades, nacionais e internacionais, que têm vindo publicamente a criticar a regulação e o regulador em Portugal, com estudos concretos e publicados ou análises de Mercado, de carácter económico-financeiro.
Lamentamos ainda que pelas mãos da atual liderança da Anacom, Portugal, que sempre esteve na linha da frente no desenvolvimento e implementação das novas redes de comunicações fixas e móveis, esteja já hoje na cauda da Europa, comprometendo a competitividade do país, no que se refere ao lançamento da nova tecnologia 5G, enquanto outros 17 países da Europa Comunitária já lançaram as suas redes.