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Equipa chinesa concluiu uma cirurgia à distância com a ajuda de um robô

A robótica desempenha um papel importante na automatização de tarefas. A par da Inteligência Artificial, os resultados podem ser inacreditáveis. Agora, uma equipa de médicos da China concluiu, com sucesso, uma cirurgia à distância, com a ajuda de um robô.


Apesar de tecnologicamente avançados, os robôs herdaram da nossa espécie a propensão ao erro. Os deslizes podem ocorrer quando está a operar de forma autónoma, mas quando está a ser operado por um ser humano, também.

Neste caso, a missão da equipa liderada por Zhang Xu, um distinto académico da Academia Chinesa de Ciências (em inglês, CAS) e diretor do departamento de urologia do Terceiro Centro Médico do Hospital Geral do Exército de Libertação Popular (em inglês, PLA), foi concluída com sucesso, na sexta-feira, dia 7 de junho. Tratou-se de uma cirurgia à próstata executada, simultaneamente, em Roma e Pequim.

Segundo avançado pelo South China Morning Post, Zhang operou um robô cirúrgico remoto desenvolvido por si a partir de Roma, enquanto o robô, no Hospital Geral do Exército Popular de Libertação de Pequim, executou com precisão as suas instruções num doente com cancro da próstata.

Separados por aproximadamente 8100 quilómetros, o procedimento cirúrgico foi coordenado sem falhas.

Equipa médica a executar a “telecirurgia”. Créditos: Handout, via South China Morning Post (junho, 2024)

Segundo Zhang, a “telecirurgia”, vulgarmente conhecida como cirurgia à distância, tem como maior problema a comunicação. A situação só piora com o delay em vários locais.

Neste caso, contudo, o processo terá sido tranquilo, uma vez que não se registou qualquer delay. O especialista disse que a cirurgia à distância foi quase igual à cirurgia física.

A sua capacidade de efetuar a cirurgia com uma latência mínima realçou as tecnologias de comunicação avançadas utilizadas, garantindo a precisão em tempo real.

Para mim, foi uma experiência verdadeiramente histórica, um momento histórico. O facto de o ter conseguido fazer em Roma deixa-nos muito, muito felizes.

Expressou Vito Pansadoro, presidente da Challenges in Laparoscopy, Robotics and AI.

 

Cirurgia à distância pode ajudar feridos na Terra e fora dela

Na perspetiva de Zhang, este tipo de cirurgia à distância pode contribuir em várias vertentes. Por exemplo, é muito promissora para o tratamento à distância em ambientes de campo de batalha e em zonas afetadas por catástrofes, garantindo que os conhecimentos médicos mais recentes estão disponíveis onde quer que sejam necessários, podendo salvar inúmeras vidas em situações críticas.

Segundo os criadores do spaceMIRA (Miniaturized In Vivo Robotic Assistant), um robô por detrás de um “telecirurgia” realizada no espaço, estes procedimentos remotos poderão ajudar os seres humanos que necessitem de emergências cirúrgicas durante as explorações galácticas, à medida que nos aproximamos das viagens espaciais comerciais.

A próxima fase da investigação da equipa de Zhang visa aplicar estes avanços aos serviços médicos militares no terreno, melhorando a proteção e os cuidados de oficiais e soldados em locais remotos.

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