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YouTube removerá vídeos violentos “para crianças” da sua plataforma

Ainda que lhe possa ter passado despercebido, se é utilizador da plataforma de vídeos da Google, esta semana terá recebido um email a dar conta das alterações à política de privacidade do YouTube. Em causa está o tratamento de vídeos apontados para crianças de tenra idade, mas que, na prática, são tudo menos isso.

O YouTube quer por travão à utilização das crianças para alavancar vídeos e conteúdos na sua plataforma.


A plataforma de vídeos da Google afirma que irá remover todos os conteúdos que apresentem temas “violentos”. A empresa deu também a saber que temáticas “adultas”, apontadas para crianças, não serão toleradas. Desse modo, a gigante norte-americana quer preservar a sua integridade e a dos utilizadores.

 

YouTube endurece o controlo dos vídeos para crianças

Por ouras palavras, não há absolutamente qualquer espaço para conteúdo disfarçado. Temáticas duras, adultas ou explícitas, com títulos, thumbnails (miniaturas), ou outros apelos para crianças serão banidos. Na verdade, estes conteúdos estão a prejudicar a plataforma desde que os criadores se aperceberam que o grande público do YouTube são crianças.

Note-se ainda que até ao momento a empresa já estava a colocar restrições de idade para esses vídeos. Contudo, agora passará a remover, por completo, esses vídeos sinalizados. Tudo isto para tornar o YouTube “mais seguro”.

A nova postura da plataforma surge, aparentemente, como resposta direta à crescente pressão pública e escrutínio das entidades governamentais. Perante preocupações com o bem-estar, segurança e privacidade das crianças, o YouTube tem estado sob análise nos últimos meses nos EUA.

 

A plataforma da Google quer preservar a segurança das crianças

Assim, o YouTube irá remover definitivamente os conteúdos que agora passa a considerar não apropriados. Atenção que não aplicará um strike, ou aviso a esses canais. No entanto, a plataforma afirma que dará agora um período de 30 dias aos criadores antes de começar a aplicar a nova e mais restrita política de privacidade.

De qualquer modo, a plataforma reserva para si o direito de remover algum conteúdo que considere manifestamente inapropriado durante este período inicial de 30 dias. Além disso, aconselha os criadores a lerem as regras de conduta e política de privacidade específica para a plataforma YouTube Kids.

 

As crianças são o grande motor do YouTube

A empresa deixa exemplos claros. Assim, o YouTube passará a aplicar restrições de idade a cartoons ou desenhos animados com temáticas adultas. Os responsáveis insistem na preservação da inocência da criança, não a expondo a temáticas “confusas”.

 

 

A empresa dá ainda exemplos concretos de conteúdos não toleradas. “Desenhos animados com agulhas e injetar algo” e avisa também que, por exemplo, rimas que contenham temáticas adultas, sexuais ou violentas, mesmo que de forma disfarçada, serão banidas da sua biblioteca de conteúdos e vídeos.

 

Dos algoritmos e recomendações automáticas de vídeos

Além das pressões dos reguladores, há cada vez mais críticas apontadas aos algoritmos do YouTube. Sobretudo perante as suas falhas, que continuam a sugerir vídeos independentemente do seu conteúdo. Isto é, utilizando determinados títulos, palavras-chave, bem como as etiquetas adequadas e as hashtags, explora-se o algoritmo.

A exploração destes mecanismos automáticos tem sido ampla e vantajosa por parte dos criadores. Bastando colocar assim o “isco”, quer para os algoritmos da Google, quer para as crianças, os resultados têm aparecido.

O YouTube tem perfeita noção disso, sendo prova de tal o recente endurecimento da política de privacidade. Vemos assim que a plataforma é suportada sobretudo pelo público de tenra idade, ao passo que os criadores também já ajustaram o seu registo, agenda e tipos de conteúdos.

As consequências de tal também já são notórias. Nos últimos meses vimos diversos relatos de pedófilos a explorar esta tendência, sobretudo através de vídeos com crianças e para estas. Algo que transcende fronteiras, com o caso nacional do Team Strada, com contornos deveras preocupantes e de cariz exploratório.

Ao mesmo tempo, vemos a CEO do YouTube, Susan Wojcicki, a tomar uma postura mais ativa. Aliás, tem sido a própria a tentar “apagar vários fogos”, numa tentativa de restaurar a credibilidade desta empresa pertencente à Google.

 

 

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