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Stadia: a ligação mínima, jogos confirmados, YouTube e o Google Chrome

“O futuro dos jogos não está numa caixa” de acordo com a Google. “Está num só local” e da mesma forma que durante séculos construímos estádios para nos reunirmos com um claro propósito, o Stadia parte da mesma premissa. Assim, a plataforma de streaming de jogos anunciada pela Google, é muito promissora.

Agora, já sabemos quais são os primeiros jogos confirmados, bem como a velocidade de ligação recomendada.


O futuro dos gaming, acessível a partir de qualquer lugar, através de qualquer dispositivo. Em suma, a Netflix dos jogos, tal como carinhosamente já é apelidado. É um estádio virtual, em que o bilhete é uma ligação à Internet, independentemente do dispositivo utilizado. Não precisará de uma consola física, ou PC gamer.

Uma ligação à Internet e o browser Google Chrome

Estas são as únicas exigências do lado do consumidor para que este possa entrar no Stadia. Ainda assim, o projeto carece de meses de desenvolvimento, ficando disponível apenas no final deste ano. Além disso, chegará aos Estados Unidos da América, UK, Canadá, bem como à Europa (países não especificados).

Importa agora compreender melhor o seu funcionamento. Para tal, encontramos o YouTube, bem como o Google Chrome enquanto principais “motores” para o Stadia. Durante a apresentação, a Google descreveu o YouTube como se da Twitch se tratasse. Com sessões de jogo regulares e um público cativo, além do jogador.

Locais onde, por exemplo, todos os dias a X horas, milhares de crianças se reúnem para assistirem a sessões de Fortnite. É exatamente este público cativo que a Google quer para o seu Stadia, jogadores e espetadores atentos aos principais astros do gaming. Para além, claro está, de poderem também partilhar as suas sessões.

Uma audiência dinâmica e uma comunidade de jogadores

Com criadores de conteúdo de um lado (youtubers e programadores de jogos). Do outro, todo um público ávido pelas suas novas estrelas, ídolos ou simplesmente para quem quiser ver um gameplay. Uma premissa resumida na perfeição pela imagem acima, um dos slides da apresentação na GDC19.

Alás, desengane-se se pensa que isto é só brincadeira para entreter crianças. É uma indústria, um negócio em forte expansão que gera milhares de dólares, não só para os estúdios responsáveis pelos jogos, mas também para alguns jogadores. Veja-se o exemplo do “Ninja” que aufere 500 mil dólares mensais, a jogar Fortnite.

Mas há mais, muito mais! O YouTube servirá como um motor de lançamento para o Stadia em que os criadores de conteúdo poderão interagir, como nunca antes, com os seus espetadores. Assim, poderão criar um lobby, uma zona (com desafios e jogos) onde qualquer um se poderá juntar para sessões de jogo.

YouTube, o grande promotor do Stadia

Imagine que está a assistir a uma livestream (transmissão em direito) de um jogo através do YouTube. A dada altura o streamer disponibiliza o link de acesso ao jogo. Assim, bastará clicar no mesmo para se juntar ao seu youtuber favorito numa sessão de jogos através do Stadia.

Em suma, o Stadia é uma consola de jogos, que utiliza apenas a Cloud e foi concebida de raiz para a geração do YouTube. Esta é a grande aposta da Google com a sua nova plataforma de streaming de jogos.

É o único dispositivo, sob a forma do novo controlador que aqui pode conhecer. É o Stadia Controller e também ele está ao serviço do streaming de jogos. Contudo, será um extra e não um pre-requisito para poder jogar. Aliás, desde que tenha uma ligação à Internet e o navegador Google Chrome, não precisa de mais nada.

O Google Chrome e os dispositivos Android

O Stadia foi demonstrado em vários dispositivos como smartphones, televisões, tablets e até em computadores ChromeOS. Assim, sabemos que a porta de entrada para o Stadia é o browser da empresa, o seu Google Chrome, o mesmo se aplicando aos dispositivos Android, sempre através do browser.

Contudo, não vimos qualquer indicação do suporte para dispositivos iOS. Isto é, o Stadia não foi demonstrado através do Safari pelo que concluímos que, sem o Google Chrome, não poderá aceder ao serviço de streaming de jogos, pelo menos para já. No futuro, isto poderá vir a mudar.

A Google prometeu o suporte para mais navegadores. Contudo, pelo menos durante os primeiros meses, terá mesmo que utilizar o Google Chrome caso queira aceder a este serviço de streaming de jogos. O início não será fácil, mas já temos alguns jogos confirmados, bem como o seu Stadia Games e o Entertainment Studio.

Os primeiro jogos, já confirmados para o Stadia

O que é uma plataforma, ecossistema ou consola de jogos sem…jogos? Assim, o primeiro jogo, logo demonstrado na apresentação do Stadia foi o Doom Eternal, um exclusivo. Além disso, a Google garantiu que mais de 100 estúdios de jogos já têm o seu dev kit ou kit de ferramentas para produção de novos títulos.

Em seguida tivemos a confirmação do Rime, bem como do Shadow of the Tom Raider. Por fim, temos ainda um quarto jogo já confirmado, de nome não divulgado, mas desenvolvido pelo menos estúdio que produziu o Star Fox. Assim, na sua apresentação, o Stadia garantiu quatro jogos para a sua plataforma.

A tecnológica norte-americana apresentou também os seus novos estúdios para produção de conteúdos exclusivos para a plataforma. Contudo, não avançou qualquer detalhe sobre o tipo de jogos que estariam a ser preparados para o seu Stadia. Assim, temos apenas a indicação dos 4 títulos supracitados.

A velocidade de ligação recomendada à Internet

Ainda que o hardware não seja uma preocupação, a ligação à Internet é uma condição sine qua non poderá utilizar o seu serviço de streaming de jogos. Por conseguinte, a Google já deu a conhecer que precisaremos de pelo menos 25 megabits por segundo (25 mbps). Esta é a velocidade mínima que garantirá uma experiência de jogo (streaming) a 1080p (Full-HD) a 60 frames por segundo (fps).

De acordo com as declarações de Phill Harrison, responsável máximo pelo Stadia, à Kotaku, quando futuramente o serviço disponibilizar conteúdos em 4K (ultra-HD) a 60 fps, a velocidade de ligação recomendada será de 30 mbps.

Além disso, recomendou que o utilizador tenha um pacote sem limite de dados. Caso contrário, o plafond esgotaria rapidamente ao utilizar o streaming de jogos. Já a qualidade da imagem será baseada na qualidade da ligação à Internet.

E a latência neste serviço de streaming?

Uma boa ligação à Internet, sem limites de tráfego é um dos requisitos. Contudo, isto por si só não resolve outra das preocupações, a latência vulgarmente definida pelo “Ping”. Note-se que é necessária uma latência muito reduzida para não haver um desfasamento do tempo entre o pressionar do botão no controlador e a ação respetiva, dentro do jogo.

Contudo, a Google tem aqui uma sólida vantagem face a todo e qualquer possível concorrente. Com centenas de centros de dados (data centers) espalhados pelo mundo. Ainda assim, para quem não estiver perto de uma grande área metropolitana não excluímos a possibilidade de os tempos de latência serem uma preocupação.

Em suma, existem ainda várias questões às quais não podemos responder. Tome-se, por exemplo, o plano de preços, ainda não revelado pela empresa.

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