A Play Store da Google, no quatro trimestre de 2016, comparativamente ao ano anterior no mesmo período, teve um aumento de receitas de 82%. À cabeça das apps que mais sucesso têm feito e mais retorno trazem à Google estão o Tinder e o Line.
O ingrediente principal no mundo dos smartphones são, sem sombra de dúvida, as aplicação. As apps e as suas lojas são, igualmente, um dos negócios mais importantes das principais marcas que conhecemos neste segmento, são milhões de dólares que todos os anos rendem e que fazem crescer a oferta.
A enorme popularidade dos smartphones e as suas valências determinam as necessidades que temos e vamos adquirindo, o que impulsiona o desenvolvimento de aplicações. Elas são capazes de trazer, assim, um fluxo de receitas sem igual, principalmente, quando existe um público leal afecto a certas aplicações.
A agência de marketing Sensor Tower lançou o seu relatório “Top Apps de 2016”, que nos dá uma visão das melhores apps actuais em termos de downloads e receitas. Estes dados também são apresentados numa base combinada, bem como individual.
O relatório mostra que o 4º trimestre de 2016 foi o mais fértil para iOS e para Android, nas suas App Store e Play Store, respectivamente. Este período registou um aumento de 67% na receita líquida em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de cerca de 5,2 mil milhões de dólares no 4º trimestre de 2015 para 8,7 mil milhões de dólares no 4º trimestre de 2016. Individualmente, a taxa de crescimento é de 60%.
No que toca à Google Play Store, a taxa de crescimento foi de 82%, contudo, a App Store da Apple teve uma receita ainda maior, a empresa de Cupertino contou com 5,4 mil milhões de dólares contra os 3,3 mil milhões de dólares da Play Store. Mas estes valores têm por trás um incrível número de downloads. Estamos a falar em cerca de 19,2 mil milhões de apps descarregadas em ambas as plataformas apenas no 4º trimestre de 2016!
Quais são as apps pagas mais relevantes?
No Top das mais lucrativas no 4º trimestre de 2016 dentro da categoria “apps” (não jogos), o troféu vai direitinho para a popular aplicação de mensagens LINE. Os fluxos de receita da LINE evoluírem graças à sua principal actividade, as mensagens, mas também porque a app fornece uma ampla gama de serviços complementares como adesivos, jogos sociais e até mesmo um serviço de streaming de música. LINE é a principal vencedora no geral da Play Store e ocupa o segundo lugar na App Store.
O segundo lugar na Play Store é detido pela app Tinder, a popular aplicação de namoro casual. Já no que toca à loja da Apple, o maior vencedor é a app Netflix que, surpreendentemente, está na posição 9 da Play Store. Esta posição díspar resulta, provavelmente, nas diferenças da partilha de receita com a Apple e com a Google, isto porque há mais aplicações deste género na Play Store, ao passo que a App Store é muito mais restritiva sobre as aplicações multimédia que podem ser usadas para monetizar conteúdos.
Mas quais são as apps gratuitas mais populares?
O Top de Downloads do 4º trimestre de 2016 não traz surpresas. Algumas das apps são bem conhecidas e sabemos que estão no pódio por manifesta tendência do mercado. Apps como o Facebook, WhatsApp, Messenger, Instagram, Snapchat são as que lideram.
Algumas das entradas para o cimo da lista da Google Play Store não devem ser tão populares devido à sua natureza prevaricadora no mundo do malware e usadas em cenários menos claros. Também (não tão) surpreendentemente, a app MyJio agarra um ponto privilegiado no topo da lista.
A app MyJio é uma das que são usadas para obter um cartão SIM Jio gratuito na Índia (o utilizador precisa gerar um código de barras para pedir o cartão SIM e isso é feito através da app). Esta subida está directamente ligada à enorme procura na Índia por este serviço, após alguma instabilidade financeira no país.
Estes valores reflectidos no 4º trimestre de 2016, no que diz respeito às receitas e downloads, são o resultado de um ano inteiro, não é um episódio isolado. Para os números de downloads da Play Store da Google, é importante notar que as aplicações pré-instalados e as suas actualizações subsequentes não são contabilizadas, razão pela qual não vemos nenhuma app Google-made e, por isso, não fazem parte do TOP da lista da Sensor Tower.
Utilizador condicionado pelas políticas das lojas?
As informações fornecidas no relatório, esclarecem como é que as plataformas diferem umas das outras e como elas são controladas pelas empresas responsáveis.
Os utilizadores da App Store normalmente descarregam apps ligadas às redes sociais e ao seu intercâmbio com outros serviços, já no caso dos utilizadores da Play Store, estes procuram muitas apps do tipo CM Security e Clean Master (entre outras de segurança e limpeza) que, na realidade, poderão trazer mais problemas ao desempenho do que benefícios, isto porque há o estigma da falta de segurança e da maior contaminação do sistema Android. No fundo, as empresas é que conduzem o utilizador para onde querem que caminhe.