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Marinha dos EUA desenvolve bateria que não explode

É importante  haver hoje uma revolução nas baterias? Claro que é! Repare que depois do célebre caso do Note 7, que tinha uma bateria explosiva e que provocava danos ao seu redor, a aviação, além de emitir sempre um aviso de proibição desse equipamento a bordo, ainda apertou a segurança nas bagagens de porão, onde não pode viajar qualquer bateria.

A marinha norte-americana, a indústria da aviação e a Samsung todos têm um grave problema com as baterias de iões de lítio, isto porque estas baterias podem incendiar-se. Agora, parece haver uma solução à vista para resolver o problema.


Nova bateria para combater os iões de lítio

Todos sabemos das implicações que as baterias de iões de lítio tiveram, e estão a ter, no mercado atual no que toca à segurança. Há equipamentos dos mais variados géneros que incendeiam, explodem e o denominador comum são as tais baterias. Mas isso poderá mudar em breve graças a um novo avanço do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA (NRL) que desenvolveu baterias de níquel-zinco recarregáveis, seguras, com desempenho semelhante às células de iões de lítio, mas sem os incêndios e explosões.

O zinco  já é usado atualmente nas baterias, mas naquelas baterias de utilização única, nunca foi uma opção muito interessante para as células recarregáveis no passado. A razão prende-se com os materiais usados porque podem formar dendritos condutores ao longo do tempo o que pode levar a curto-circuitos nos equipamentos, podendo provocar explosões e por consequência incêndio.

Os dendritos são um género de filamentos (condutores) que se podem formar quando as baterias são carregadas ou descarregadas muito rapidamente.

O método do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, que é detalhado num novo artigo publicado na revista Science, usa uma “esponja 3D” especialmente projetada no ânodo de zinco para distribuir as correntes de forma mais uniforme e prevenir a formação de dendritos em primeiro lugar.

Esta aposta levou a que a vida útil destas baterias de zinco (que era de uma só utilização) pudessem ter uma vida útil substancialmente mais prolongada. Dessa forma, o NRL descobriu que as suas novas células Ni-3D Zn eram competitivas com baterias de iões de lítio em mais de 100 ciclos de recarga.

Estas baterias, em termos de performance, quando comparadas às de iões de lítio, mostravam-se igualmente competitivas quando executavam mais de 50 mil vezes ciclos de curta ação intercaladas com rajadas de energia curtas para simular aplicações da tecnologia em veículos híbridos.

Outra grande vantagem é o seu peso. As baterias com células de zinco são mais leves que as baterias com células de iões de lítio, dessa forma há igualmente um proveito quer ao nível dos veículos híbridos, quer mesmo nos elétricos, podendo aumentar alcance.

 

Mas poderá haver destas baterias num futuro próximo?

O NRL diz que a sua pesquisa está completa e a tecnologia de esponja de zinco 3D está “pronta para ser implantada dentro de toda a família de pilhas alcalinas baseadas em Zn”, quer em aplicações militares, quer mesmo no consumo para dispositivos civis.

A empresa de baterias EnZinc, com sede em San Francisco, que trabalhou com o NRL desde a fase de projeto, estima que as primeiras baterias a usar esta tecnologia poderão chegar ao mercado até o final de 2019.

A empresa aproveita os vários cenários onde cada vez há mais necessidade de baterias, para referir que a sua tecnologia poderá ser uma mais valia para os veículos elétricos tripulados ou autónomos, assim como em termos de segurança estas baterias poderiam acabar com o grave problema de desconfiança que se instalou no mundo. Elas não incendeiam e não explodem. Além disso, há material abundante no planeta para fabricar estas baterias, o que poderá ser um factor de um preço mais acessível.

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