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Qual é o plano da UE e das empresas europeias para reduzir a dependência da China?

Os países e as empresas europeias estão fortemente dependentes da China, em várias matérias. Isto é, assumidamente, um problema e a União Europeia (UE) já tem planos para o resolver.


A UE está fortemente dependente das importações da China, bem como de outros países (embora menos), para o fornecimento de matérias-primas essenciais à produção de telemóveis, carros elétricos e chips.

Este cenário poderá não ser o ideal, tendo em conta que a vontade da instituição passa por criar um ambiente económico estável e resiliente. Aliás, em março, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, confirmou uma estratégia de redução dos riscos relativamente à China – fornecedora de 100% das terras raras.

John Seaman, do Instituto Francês de Relações Internacionais

Por forma a diversificar o abastecimento, a UE introduziu a Lei das Matérias-Primas Críticas. Segundo o Euronews, esta enumera 36 matérias-primas consideradas críticas e classifica 16 delas como “estratégicas” – ou seja, cruciais para as tecnologias utilizadas na transição ecológica e digital, e nos setores da defesa e do espaço.

Na perspetiva de John Seaman, do Instituto Francês de Relações Internacionais, entrevistado pela repórter Fanny Gauret (Euronews), é preciso entender como mitigar os riscos associados a essas dependências, e é crucial estudar formas de negociar com a China, de modo a evitar que o país asiático recorra à sua posição muito favorável para fazer negócios que prejudiquem a Europa.

Estamos a impulsionar a transição energética para os veículos elétricos, para a energia solar e para as energias renováveis, e estamos a descobrir que muitas das nossas cadeias de abastecimento estão efetivamente dependentes de uma fonte, a China em particular.

Como é que a UE pretende proteger a sua economia da China?

O plano da Europa assenta em quatro pilares:

  1. Tornar a indústria europeia mais competitiva e resiliente, promovendo tecnologias digitais, ecológicas e de saúde, e alargando o fornecimento de terras raras e metais essenciais;
  2. Fazer melhor uso das regras comerciais que já existem, evitando que os mercados sejam “distorcidos pela concorrência desleal” e reduzindo as preocupações de segurança com tecnologias, como o 5G;
  3. Proteger os setores críticos, como a computação quântica, a robótica ou a Inteligência Artificial, garantindo que o conhecimento não é utilizado para reforço de capacidades militares, por exemplo;
  4. Tirar o máximo partido dos acordos de comércio livre com países como a Austrália, o México e o Chile, procurando expandir as cadeias de abastecimento e o comércio.

Por haver “cada vez mais dependências de países que estão cada vez mais dispostos a utilizar essas dependências como alavanca num ambiente global contencioso ou conflituoso”, é importante que a UE consiga enfrentá-los, operacionalizando estes pilares.

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