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Guerra da Rússia contra a Ucrânia tem impacto na indústria de chips

Tal como já aqui referimos por diversas vezes, a pandemia da COVID-19 teve e ainda continua a ter um papel significativo na escassez de chips. No entanto, numa altura em que o vírus parece estar mais controlado, há agora uma nova preocupação no segmento da indústria.

A invasão da Ucrânia pela Rússia pode também agora ter um impacto nesta falta de componentes, e parece que já está mesmo a afetar ligeiramente o setor. O motivo prende-se pelo facto de a Ucrânia ser um dos maiores países fornecedores de néon, um elemento importante para o fabrico de chips.


Infelizmente estamos a viver um momento de grande tensão na Europa, e consequentemente no resto do mundo. A guerra começou com as invasões da Rússia à Ucrânia nesta quinta-feira (24), uma situação que já promoveu várias ondas de solidariedade nos quatro pontos do planeta, com muitas mensagens de apoio, à medida que o conflito se intensifica e famílias inteiras deixam o país ucraniano à procura de segurança.

O cenário que vemos nas televisões, nos jornais e nas redes sociais falam por si, e este é um grave problema que já está a ter impacto em diversos setores.

Invasão russa à Ucrânia tem impacto na indústria de chips

Depois das consequências provocadas pela pandemia, que entretanto parece mais estabilizada, agora também a invasão da Rússia à Ucrânia está a condicionar a indústria tecnológica, especialmente no que respeita ao segmento dos chips. Apesar de muitas empresas contarem atualmente com algum stock mais avantajado do que há alguns meses, caso o conflito se mantenha por um período mais longo, haverá certamente um impacto negativo e significativo na produção de componentes eletrónicos.

Tal acontece porque a Ucrânia fornece mais de 90% de néon de grau semicondutor para os Estados Unidos da América. Este é um elemento fundamental aplicado aos lasers usados no fabrico de chips. Para além disso, o gás, que é um subproduto da siderurgia russa, é purificado na Ucrânia, de acordo com a empresa analisa de mercado Techcet.

Além disso, o paládio, um metal usado nos sensores, componentes de memória e outras aplicações, é largamente produzido na Rússia, sendo que cerca de 35% se destina ao mercado norte-americano.

De acordo com uma fonte na indústria de chips japonesa que falou sob anonimato:

Os fabricantes de chips não estão a sentir um impacto direto, mas sim as empresas que fornecem os materiais para fabrico de semicondutores, que compram gases, incluindo néon e paládio, da Rússia e da Ucrânia.

A disponibilidade desses materiais já está apertada, qualquer pressão adicional sobre a oferta pode aumentar os preços. Isso, por sua vez, pode levar a preços mais altos dos chips.

Como consequência, algumas empresas já estão a procurar outras soluções. A holandesa ASML Holding, por exemplo, referiu na passada quarta-feira (23) que já se encontra a analisar outras alternativas para conseguir néon.

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