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EUA: Empresas de semicondutores criticam subsídios que favorecem a Intel

Com a acentuada escassez de chips que a indústria tecnológica sentiu durante a pandemia e que ainda continua a sentir nos dias de hoje, nunca houve tanta necessidade de incrementar a quantidade de componentes fabricados. E, nesse sentido, temos assistido a várias medidas, na Europa, América e Ásia, para reforçar este setor, sendo que muitas dessas medidas passam pela construção de novas fábricas.

Os Estados Unidos, por exemplo, têm uma nova proposta para a Lei dos Chips, mas agora as empresas de semicondutores estão a questionar os subsídios estatais, no sentido de apurar os benefícios que a gigante Intel receberia em relação às restantes.


Lei dos Chips norte-americana poderá favorecer a Intel

De acordo com as mais recentes informações, as empresas de semicondutores estão agora a questionar as desiguais vantagens que a Intel poderá receber no que respeita à Lei dos Chips proposta nos Estados Unidos. As criticas e o descontentamento destas empresas prendem-se com o projeto que deverá atribuir um montante de 52 mil milhões de dólares em subsídios e créditos fiscais destinados ao investimento neste setor, mas que irá favorecer a Intel.

Este projeto pretende sobretudo impulsionar a indústria de chips nos EUA, como forma de competir e tornar o país menos dependente da China neste segmento. A votação do projeto, segundo o líder do senado norte-americano Chuck Schumer, poderá acontecer já nesta terça-feira (19).

A preocupação das empresas de semicondutores é que o projeto vai beneficiar a fabricante liderada por Pat Gelsinger. Isto porque a Intel fabrica os seus próprios chips, em parceria com outras empresas, como a Texas Instruments e a Micron Technology. Como tal, a marca californiana irá utilizar o dinheiro deste subsídio para a construção de novas fábricas e afastar-se ainda mais da sua concorrência no país.

Nomes como a AMD, Qualcomm e Nvidia também produzem os seus próprios chips, no entanto contam com outras fabricantes para os produzirem.

Na passada sexta-feira (15) a Semiconductor Industry Association, representante das empresas de semicondutores, disse em comunicado que pediu aos senadores que aprovassem a versão separada da Lei Fabs, a qual garante o apoio na produção do design desses chips. Segundo a entidade:

Estamos encorajados que a legislação esteja a progredir e continuamos a apoiar a promulgação de 52 mil milhões de dólares de investimentos na Lei de Chips e um crédito fiscal de investimento na Lei Fabs para fabrico e design.

As informações indicam que alguns trabalhadores das empresas concorrentes à Intel, opõem-se a estes projetos caso os mesmos não contemplem os trabalhos de design. Estas fontes explicam ainda de que forma a Intel poderá beneficiar destes subsídios, referindo que “a Intel pode receber 20 mil milhões de dólares com a Lei de Chips e mais 5 mil milhões ou 10 mil milhões de dólares com a Lei Fabs. Então, 30 mil milhões de euros vão para o nosso concorrente direto e nós não recebemos um cêntimo? Isso irá causar problemas no mercado“.

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