Enquanto a Huawei procura tornar-se independente do poderoso mercado dos Estados Unidos da América (EUA), estes apelam a que sanções mais rigorosas sejam aplicadas contra a empresa chinesa. Dois membros do Congresso americano acreditam estar em causa uma “rede clandestina de chips”.
Temos acompanhado a odisseia protecionista de sanções que os EUA têm imposto contra a Huawei e assistido à evolução da empresa chinesa, no sentido de se tornar independente.
Com a Huawei a investir em investigação e desenvolvimento, bem como a apresentar novidades como um sistema operativo próprio, uma nova polémica tem dado forma às manchetes do mundo da tecnologia.
Conforme uma acusação, a Huawei tem, alegadamente, utilizado outras empresas sediadas na China, como a Pengxinxu, a SwaySure Technology, a Qindao Sien, entre outras, para aceder a tecnologia proibida.
EUA acham que a Huawei mantém uma rede ilícita
Alguns membros do Congresso dos EUA acreditam que a chamada “rede clandestina de chips” da Huawei está a violar as sanções existentes. Por este motivo, consideram que são necessárias sanções alargadas contra a China, por forma a impedir a continuação da exportação de chips e equipamento de fabrico dos EUA para o país.
Este mês, dois membros do Comité da Câmara dos Representantes para a Concorrência Estratégica entre os EUA e o Partido Comunista Chinês escreveram uma carta ao Departamento do Comércio, instando-o a sancionar as empresas chinesas ligadas à Huawei.
Os membros do Congresso dos EUA admitem, no entanto, que este apelo pode ter chegado tarde, uma vez que suspeitam que a Huawei poderá já ter “armazenado” o equipamento, explorando lacunas existentes há mais de um ano.
Restringir o fluxo de equipamento de fabrico de semicondutores [em inglês, SME] para a rede clandestina de empresas de chips da Huawei enviará um sinal importante para a República Popular da China e a Huawei de que os Estados Unidos tomarão as medidas adequadas para evitar que a tecnologia dos EUA possibilite as suas ambições tecnológicas problemáticas.
Se não o fizerem, só beneficiarão um pequeno grupo de empresas americanas que produzem SME à custa de fabricantes de chips em todo o mundo que não podem vender os seus chips, minando a intenção da inclusão da Huawei e prejudicando a nossa segurança nacional.
Escreveu o presidente John Moolenaar e o membro do ranking Raja Krishnamoorthi, na sua carta conjunta.
Dias após a carta ter sido tornada pública, o Departamento de Comércio terá começado a investigar a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) para determinar como a Huawei está a obter chips assinados por si.
A TSMC tem tentado perceber como um dos seus modelos de chips foi parar ao Ascend 910B da Huawei, um processador de Inteligência Artificial. Recentemente, parou de fazer negócios com a empresa chinesa Sophgo devido a possíveis ligações, uma vez que esta comprou o mesmo chip que acabou no processador Huawei.
Leia também: