A tecnologia para fins militares está sempre à frente daquilo que conhecemos para uso doméstico e mesmo para uso industrial. Assim, não é de estranhar que os drones, pequenos e fáceis de pilotar, possam ser uma verdadeira bomba de destruição. Numa forma direta, mas obviamente polémica, a empresa russa Kalashnikov, que fabrica as metralhadores AK-47, acaba de lançar um “drone suicida”.
Um gadget que poderá “democratizar as bombas inteligentes”.
Kalashnikov fabrica drone que é uma bomba inteligente
A fabricante de armas russa Kalashnikov, da famosa metralhadora de assalto AK-47, revelou um pequeno, mas mortífero drone. Esta aeronave destina-se a destruir alvos terrestres remotos a uma distância de até 64 km de distância – explodindo-se como um homem-bomba.
O “sistema aéreo não-tripulado de alta precisão” foi apelidado de KUB-UAV. Conforme podemos ler num comunicado de imprensa, o dispositivo foi revelado no início deste mês na Exposição Internacional de Defesa e Conferência (IDEX). Este é um evento importante sobre de defesa, que acontece nos Emirados Árabes Unidos. Lá podem ser vistos os mais aterradores mecanismos de guerra.
Esta é uma arma muito precisa e eficaz, que é muito difícil de combater com o uso de sistemas tradicionais de defesa aérea.
Referiu Sergey Chemezov, CEO da Rostec, empresa estatal Kalashnikov, no comunicado de imprensa.
Predador Silencioso
O drone pode atingir velocidades de até 130 km/h e permanecer no ar durante 30 minutos. Deste modo, o sistema poderá oferecer às tropas no solo uma série de vantagens importantes: o KUB-UAV é praticamente silencioso e pode transportar até 3 kg de explosivos.
Além destas vantagens, o preço é outro grande trunfo. Isto porque a empresa irá comercializar o drone a um preço relativamente baixo. Para alguns, isso significa uma nova era de guerra.
Morte das alturas
Não, esta não é uma ideia nova. Alias, na Síria foi uma técnica usada pelo Estado Islâmico. Foram divulgadas, na altura, imagens de drones com explosivos incorporados. Drones comerciais que eram usados como bombas para matar a partir das alturas. Só para exemplificar, certamente estaremos lembrados do ataque com dezenas de drones, equipados com explosivos e GPS, levado a cabo às tropas russas na Síria no ano passado.
Com o novo drone suicida da Kalashnikov, as regras da guerra convencional ainda não estão claras, mas muita coisa vai mudar. Afinal, qualquer grupo armado pode ter “bombas inteligentes”.