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Análise: Xiaomi Mi Max, a qualidade Xiaomi em tamanho Max

Quem se lembra daqueles telemóveis pequenos, como o Nokia 8210, onde na altura se lutava para conseguir o telemóvel mais compacto? A luta agora é outra e o panorama mudou totalmente. A Samsung continua a apostar no Galaxy Note com 5,7″, a Apple apostou no iPhone 6S Plus com 5,5″ e a Xiaomi, após o lançamento do Mi Note com 5,7″, no ano passado, decide agora apostar num tamanho de 6,44″. Terá sido arrojada demais? Tendo em conta a tendência, creio que não.

Depois de 3 semanas de utilização intensiva, apresentamos a análise com todos os detalhes.

Os tablets são capazes de dar uma experiência de utilização muito diferente da dos smartphones. Embora menos práticos, devido ao seu tamanho e peso, permitem ver os conteúdos num tamanho muito mais confortável e os nossos olhos agradecem. Mas uma coisa é certa: se tem um tablet, utiliza-o cada vez menos vezes, verdade? O smartphone está mais à mão, sempre pronto, e o tamanho de ecrã é razoável… mas se tivesse um ecrã de 6,44″, como o Mi Max, então seria o melhor de dois mundos?

Os tablets começam no tamanho de ecrã de 7″, algo que já vem do Samsung Galaxy Tab ou do Nexus 7, mas há uma grande diferença deste phablet Mi Max de 6,44″ para um tablet de 7″… muito além da diferença de apenas 0,56″. Vamos perceber porquê.

1 – Características Gerais

Este novo phablet de gama média/alta foi lançado em Maio passado e não parece surgir como um sucessor do Xiaomi Mi Note. Mais que isso, trata-se de um novo segmento que pretende trazer uma melhor experiência na visualização de filmes, no controlo de jogos (devido à maior área de ecrã disponível) e também a conseguir maior produtividade nas tarefas do dia-a-dia.

Vem com um SoC Snapdragon 650 Hexa-core (ou 656 Octa-core) que o coloca na gama média, tendo em conta a capacidade actual do poderoso Snapdragon 820.

O Xiaomi Mi Max é um smartphone Dual-SIM LTE (nano-SIM + micro-SIM), com ecrã IPS de 6,44″ de resolução FullHD, que com densidade de 342ppp é ainda adequada para este tamanho de ecrã. O SoC Snapdragon 650 da Qualcomm é composto por um Quad-core a 1,4 GHz Cortez-A53 e um Dual-core a 1,8 GHz Cortex-A72. Tem um GPU Adreno 510, e está disponível em 3 modelos: 3 GB RAM + 32 GB armazenamento, 3 GB RAM + 64 GB armazenamento ou 4 GB RAM + 128 GB armazenamento, todas elas com suporte para cartão microSD até 256 GB, utilizado o slot do SIM 1.

Tem sensor de impressões digitais na parte traseira (semelhante ao Redmi Note 3 ou a outros smartphones Huawei), a câmara traseira é de 16 MP, f/2.0 com flash Dual-LED de dois tons e a câmara frontal é de 5 MP, f/2.0. A bateria tem uma capacidade acima da média, de 4850 mAh, mas não tem carregamento rápido, utilizando uma interface microUSB. Tudo isto pesa apenas 203g, numa espessura de 7,5 mm. É pesado? Não, muito leve até, considerando o seu tamanho, já que smartphones de 5,5″ como o iPhone 6S Plus podem atingir 192g.

Na caixa vem o Mi Max, um cabo USB/microUSB, um carregador de 2A, o acessório para abrir o slot dos cartões SIM e os manuais de instruções rápidas. Está disponível em 3 cores: cinza claro, prata e dourado.

Vídeo de unboxing

Especificações completas

  • Ecrã
    • 6,44″ de resolução 1080 x 1920 píxeis, ~342 ppp
  • Processador
    • CPU: Qualcomm Snapdragon 650, CPU Quad-core 1,4 GHz Cortex-A53 e Dual-core 1,8 GHz Cortex-A72
    • CPU (alternativo): Qualcomm Snapdragon 652, CPU Quad-core 1,4 GHz Cortex-A53 e Quad-core 1,8 GHz Cortex-A72
    • GPU: Adreno 418
  • Rede
    • Dual-SIM LTE/HSPA+/GSM (dual stand-by)
  • Sistema Operativo
    • Android 6.0.1 (Marshmallow)
    • Interface: MIUI 7.5
  • Memória
    • Memória RAM: 3/4 GB
    • Memória interna: 32/64/128 GB
    • Memória externa: microSD até 256 GB (abdicando de um cartão SIM)
  • Câmara
    • Principal (traseira): 16 MP, f/2.0 e flash Dual-LED de dois tons
    • Secundária (frontal): 5 MP, f/2.0
  • Sensores
    • Acelerómetro, giroscópio, bússola, proximidade, luminosidade, barómetro, impressões digitais
  • Outros
    • LED infra-vermelhos para controlo remoto universal
  • Dimensões e peso
    • 173,1 x 88,3 x 7,5 mm, 203 g
  • Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, hotspot
    • GPS, GLONASS e BDS
    • Bluetooth 4.2, A2DP
    • microUSB
  • Bateria
    • 4850 mAh Li-Ion
  • Cores
    • Cinza claro, prata e dourado

 

2 – Hardware e Design

O Mi Max tem um design muito semelhante ao Redmi Note 3, diferindo apenas nos frisos em toda a volta e no vidro com acabamento boleado 2.5D. Suspeito que a escolha dos frisos em detrimento do simples boleado tenha sido feita para dar mais confiança ao segurar no smartphone, já que pelo seu tamanho poderá ser necessária mais firmeza na utilização normal, mas o conforto ficou prejudicado por estes frisos agora mais acentuados.

A capa traseira é de alumínio, com as extremidades superior e inferior em plástico (para garantir maior qualidade nas comunicações sem-fios). Não há qualquer saliência, pelo que assenta completamente numa superfície plana, sem escorregar (como acontece, por exemplo, com o Mi 4S ou OnePlus X).

A área da moldura em volta do ecrã é do melhor feito até agora, conseguindo com que o ecrã ocupe 74,8% de toda a área frontal, e isso torna possível que um smartphone de 6,44″ não seja tão grande como seria inicialmente de esperar. Na imagem abaixo é possível ter uma noção na diferença de tamanho comparativamente ao Mi 4S, que tem um ecrã de 5″. A Xiaomi, no seu site oficial, também faz questão de comparar o tamanho do Mi Max com vários modelos (exemplo aqui).

A espessura é de 7,5 mm e o peso de 203 g, valores interessantes considerando que se trata de um smartphone com uma bateria de 4850 mAh e um ecrã de 6,44″ numa estrutura metálica.

Na frente, acima do ecrã, encontram-se os sensores de luminosidade e proximidade, o altifalante para chamadas, a câmara de 5 MP e o LED RGB de notificações. Em baixo encontram-se os botões capacitivos de Menu ou troca de aplicações, Home e Retroceder, com retroiluminação em branco.

Na lateral, em baixo, está colocada a porta microUSB, o microfone e o altifalante. Na lateral direita estão os botões de volume e power e do lado esquerdo existe apenas o encaixe para os dois cartões micro-SIM ou micro-SIM + microSD, disposição esta igual em todos os smartphones Xiaomi.

Em cima está colocada a ligação áudio para ficha jack de 3,5 mm, o LED infra-vermelhos para controlo remoto e o segundo microfone, para permitir gravação de som em stereo.

Na traseira, bem no canto superior esquerdo, encontra-se a câmara de 16 MP com flash Dual LED de dois tons. A meio está o sensor de impressões digitais e em baixo tem apenas a inscrição da marca MI. A capa traseira e a bateria não são removíveis.

 

3 – O que distingue o Xiaomi Mi Max?

O que mais salta à vista neste smartphone é sem dúvida o tamanho acima do normal e a grande área ocupada pelo ecrã. A qualidade de construção e dos materiais é também notória. O seu SoC é competente e está à altura de qualquer tarefa, não apresentando qualquer tipo de dificuldade.

A inclusão do sensor de impressões digitais é algo quase obrigatório nos dias que correm. Este sensor foi colocado na traseira, mesmo a jeito de ser utilizado com o dedo indicador enquanto se agarra no smartphone. É muito rápido e de grande precisão, ao nível do Xiaomi Mi 5.

O suporte para 2 cartões SIM faz dele uma oportunidade para quem quer ou precisa de um smartphone de gama média/alta, com excelente qualidade de construção, mas com capacidade para duas redes móveis em simultâneo.

 

4 – Interface e desempenho

A interface MIUI 7.5

O sistema operativo MIUI é produzido pela Xiaomi e suportado também por uma enorme comunidade, pronta a colaborar no seu desenvolvimento. Actualmente, a versão mais recente é a MIUI 7.5 (ou 8.0 ainda em beta), uma interface rica, desenhada ao pormenor, leve e muito bem optimizada.

O Mi Max tem o sistema operativo Android 6.0.1 Marshmallow, tal como o Mi 5, e muito brevemente será lançada a versão estável da interface MIUI 8.0, com novidades a vários níveis.

Se ainda não conhece a interface MIUI, pode ver todos os detalhes da análise às funcionalidades do MIUI, em vídeo, na análise do Xiaomi Mi 4, ainda consistente com a actualidade. Em termos de segurança e controlo de permissões, consumo de dados por aplicações e notificações está muito bem conseguido. Pode ver aqui outros detalhes do MIUI.

 

O problema dos idiomas

Novamente, o problema persiste. É este o calcanhar de aquiles do MIUI oficial, que é fornecido apenas com os idiomas Chinês e Inglês na versão oficial Chinesa e com outros idiomas (inclui apenas o Português do Brasil) na versão Global, que geralmente sai mais tarde que a versão Chinesa. A versão Global ainda não se encontra disponível para o Mi Max.

Devido a essa falta de suporte de idiomas, os utilizadores são “obrigados” de recorrer a alternativas não oficiais que, embora existam, não estão ao alcance de qualquer um (seja ao nível de conhecimentos, disponibilidade ou paciência). Este é um motivo que, por vezes, leva à desistência da compra de um smartphone Xiaomi.

 

Desempenho

O SoC Qualcomm Snapdragon 650 é recente e à primeira vista pode parecer que não vai surpreender, mas a verdade é que surpreende. A fluidez na utilização da interface é evidente, diria mesmo que está ao nível do Mi 5. O consumo é equilibrado e aquece pouco. A abertura de aplicações, a troca, o curto tempo de resposta, tudo funciona muito rápido e com grande eficicência.

Em termos de pontuação no AnTuTu v6.1.4, o Mi Max consegue uma pontuação de 77952 (detalhes aqui). Este é um valor próximo de alguns topo de gama actualmente no mercado, pelo que se pode considerar um valor muito bom tanto pela gama como pelo preço do smartphone.

Quanto ao sensor de impressão digital, revelou-se uma evolução do sensor que equipa o Redmi Note 3. É muito rápido, tem uma precisão elevada e são raríssimas as vezes em que é necessário voltar a colocar o dedo para desbloquear. Comparando com o Mi 4S, o sensor do Mi Max é significativamente superior. Para que o smartphone desbloqueie basta apenas tocar com o dedo no sensor, não sendo necessária qualquer outra acção.

 

5 – Câmaras

O Mi Max traz uma câmara principal com um sensor 16 MP e de 5 MP para a câmara secundária. Os resultados são bons, dentro do que se esperava, mas aparentam ser superiores ao Redmi Note 3.

Quanto à aplicação nativa da câmara, é igual à já existente nos outros dispositivos Xiaomi, oferecendo as funcionalidades básicas exigidas como HDR, modo panorama, modo audio (disparo desencadeado por ruído), modo manual (com ajuste de brancos, foco, tempo de exposição e ISO), modo gradiente (para capturar fotos sempre direitas), ajuste de tom de pele, modo olho de peixe, detecção de rosto e 12 filtros.

Tal como acontece no Mi 5, a câmara está encostada ao canto superior esquerdo da traseira, o que leva a que com alguma facilidade surja parte de um dedo na imagem captada. É necessário algum cuidado.

De seguida estão alguns exemplos de fotos.

  Download fotos originais Xiaomi Mi Max

 

6 – Autonomia

Mesmo tendo uma bateria de capacidade superior ao normal, de 4850 mAh, estava convicto de que a autonomia iria ser semelhante a todos à maioria dos smartphones (cerca de 2 dias), simplesmente porque o ecrã também é maior e exige mais energia para ser iluminado. Mas isso não aconteceu. Com uma utilização normal, onde no Mi 4S ou Mi 5 dura entre 1 dia e meio a 2 dias, no Mi Max é possível conseguir pelo menos 3 dias de autonomia, um valor muito interessante considerando o facto capacidade vs. tamanho.

No que diz respeito à velocidade de carregamento, o Mi Max não traz qualquer tecnologia de carregamento rápido, pelo que é necessário pelo menos 2h30 para um carregamento completo, necessitando de cerca de 70 minutos para ir de 3% a 50%. No gráfico anterior é possível observar a evolução do carregamento.

 

7 – Veredicto

O Mi Max demonstra assim ser um smartphone muito competente e de qualidade que, embora para um público um pouco restrito (devido ao seu tamanho) se pode adequar facilmente a qualquer utilizador. É muito difícil manuseá-lo apenas com uma mão e nem todas as calças são capazes de o levar no bolso.

O design é muito interessante e a qualidade de construção é excelente, capaz de desafiar os melhores players do mercado.

O ecrã é agradável e com cores equilibradas, mas a intensidade de brilho não impressiona e podem surgir ligeiras dificuldades na visualização de conteúdos com luz solar directa. O som nas chamadas é bom e na reprodução de conteúdos, pelo altifalante, atinge o nível máximo sem distorção, embora perca o equilíbro de médios sensivelmente a partir de 80%, ficando demasiado intensos. Relativamente ao sinal GPS, não apresentou qualquer problema e a fixação dos satélites é feita rapidamente.

Quanto à rede de dados LTE, tal como acontece com qualquer outro smartphone Xiaomi, não é suportada a banda 20 (800 MHz) em utilização em Portugal (fora dos grandes centros). Já quando há 4G, o resultado deverá ser semelhante a este.

O Xiaomi Mi Max pode ser adquirido na HonorBuy a partir de 170€ (dependendo do modelo), com envio feito a partir do armazém europeu. Aproveite ainda o voucher PPLWARE com desconto no valor de 5€.

O Pplware agradece à HonorBuy a cedência do Xiaomi Mi Max para análise.

Xiaomi Mi Max

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