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Análise Samsung Galaxy TAB

Devido à sua popularidade, excelente concepção e muitas funcionalidades, o sistema operativo Android da Google tem vindo a equipar diversos dispositivos nos mais díspares segmentos. Presente no sistema operativo está  o Market (“loja de aplicações”), local onde o utilizador poderá recolher milhares de aplicações gratuitas e pagas, equipando assim o seu dispositivo com o mais variado software. Esta é uma verdade que também se aplica ao Samsung Galaxy Tab.

Depois de recebermos esta nova jóia da coroa da Samsung há uma semana, fizemos o “teste de estrada” para “medir” a sua utilidade, qualidade e interactividade com a nossa vida enquanto utilizadores fãs de tecnologia, típicos Peoplewarianos.

Primeira impressão: algumas das críticas feitas ao iPad não se repetirão neste gadget equipado com Android Froyo 2.2. É pequeno, cabe na palma da mão e é leve. A partir daqui…


O segredo foi guardado mas não por muito tempo. Há muito que já se conhecia o aspecto e os detalhes deste novo brinquedo da Samsung. Não traz ecrã AMOLED como se vaticinou nos princípios do rumor,  não traz porta USB e não tem uma loja com aplicações especialmente desenvolvidas para tirar proveito do excelente ecrã com resolução 1024×600 WSVGA. No entanto, este tablet enquadra-se num novo segmento, dentro do segmento dos tablet. O tamanho importa!

É inevitável a comparação com o iPad, visto este ser um seguidor de uma filosofia iniciada pelo gadget da Apple. Construído em plástico brilhante, tem um aspecto elegante e robusto, expondo um contraste semelhante ao iPad onde predomina o negro na face e o branco na parte traseira, alumínio no caso do iPad.

Descrição Física

É facilmente segurado só com uma mão, permitindo usufruir de algum liberdade. No entanto, quando o utilizamos será para tirar proveito das suas capacidades de tablet (ler, jogar, escrever notas, enviar e-mails, navegar e outros).

O equipamento traz na parte superior uma entrada de 3.5mm para os auscultadores e fica-se por aí em termos de funções. Os auscultadores servem igualmente de auricular mãos livres, para quando o quiser utilizar como telefone.

Do lado esquerdo temos o botão ligar e desligar, mais abaixo o botão de controlo de volume e de seguida duas ranhuras, uma para o cartão microUSB e a outra para o cartão SIM ou USIM.

No lado oposto temos o microfone.

A Samsung decidiu continuar a filosofia da Apple e colocou a entrada de 30 pinos e as colunas de som por baixo do equipamento. Este local parece resultar para a colocação da principal porta de ligação do dispositivo.

Na frente e como podemos ver num plano mais afastado, os botões touch integram-se muito bem. São 4 botões fundamentais para navegar: o botão do Menu de Contexto ou de Opções, o botão do Home, o Retroceder e o Pesquisar. Para quem, tal como eu, estava habituado ao iPad e tinha todas estas funções (excepto o Home directo) através do toque no ecrã, pode fazer uma certa confusão a necessidade de navegar com auxílio a estes botões, mas não é nada que não seja impossível de se acostumar em alguns minutos.


Na parte de trás do Samsung Galaxy Tab está a câmara traseira de 3 megapíxeis e o LED flash.

Na frente do equipamento está colocada a câmara de vídeo-conferência, de 1.3 megapíxeis e o sensor de luz.

O pacote em si é bastante interessante, principalmente a parte estética e ergonómica. No entanto, aquela “publicidade” de o poder transportar no bolso do casaco ou nas calças… é irrealista. Torna-se numa situação complicada, pois as 320 gramas repartidas pelo tamanho do dispositivo pode ser incómodo no bolso. Logo, é irrealista este conceito de portabilidade.

Um vídeo rápido dá conta destas funções e da percepção real do dispositivo em utilização.

Características:

Na próxima página teremos uma abordagem ao interface do Tab, algumas informações quanto às aplicações e market e as considerações finais sobre este equipamento.

O aspecto do Froyo destaca-se das restantes funções do Android pela qualidade gráfica, no entanto já conhecia esta versão. O Samsung Galaxy S que tenho utilizado, tem a mesma versão, a 2.2, do Android, assim a Google não se deu ao trabalho de criar um segmento próprio para esta tablet. Mas seria necessário?

Respondo mais abaixo, depois de uma avaliação ao conteúdo da “embalagem”.


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Interface

Todos os que estão habituados a lidar com a interface do Android não vão notar diferenças na utilização deste equipamento. Ao colocarem como sistema operativo o da Google a Samsung garantiu uma interface com uma usabilidade bastante grande e conhecida.

Mas porque este não é um telefone na verdadeira ascensão da palavra e porque o Android assim o permite, a Samsung efectuou algumas alterações a essa interface, tornando-a ainda mais fácil de usar.

No ecrã principal, de forma diferente ao que está disponível no Android “standard”, existem cinco páginas, ao invés de sete que o Galaxy S com o mesmo sistema operativo disponibiliza. Aí é possível colocar todo o tipo de widgets, por forma a aceder directamente a aplicações ou a funções.

Ao chamar o menu das aplicações este é mostrado de forma translúcida, deixando ver por baixo o wallpaper. A navegação nesse menu é feita de forma fluida e sem problemas.

Uma das grandes vantagens que esta interface oferece é a sua capacidade para leitura de livros electrónicos. A sua interface maior que o normal permite uma leitura fácil e rápida.


Android 2.2 – vantagens?

O Samsung Galaxy TAB como já referido, vem equipado com com o Android 2.2 também designado por “Froyo”. Uma vez que o Android tem já o seu nível de popularidade, alguns utilizadores questionar-se-ão quais as grandes vantagens deste sistema operativo comparativamente a versões anteriores.

Nesse sentido vamos enumerar algumas novas funcionalidades/melhorias que acompanham este novo sistema:

Caso pretenda saber em mais detalhe cada nova funcionalidade do Android 2.2, passe pelo site do Android.


Internet

Browser:

O browser do Android é muito bom, melhor que o Safari. Além de ser rápido a abrir apresenta uma interpretação das páginas mais optimizada. Suporta Flash, Javascript, HTML 5, etc.

Mas aqui sou obrigado a deixar claro que, quando o browser está a correr Flash, meus amigos, fica tudo completamente “empastelado”. De facto tem alturas que não são frames por segundo, são segundos por frame, como mostramos há semanas num artigo. Depois, outra situação, quando o vídeo em Flash até está fluído, o browser fica com a navegação comprometida. Bloqueia e torna o sistema operativo lento, incómodo de se utilizar.

Mail:

O sistema de e-mail está muito bem conseguido, recorrendo às capacidade de orientação do ecrã, permite uma área de estratificação das mensagem recebidas e do lado direito a área de visualização.

Podemos configurar várias contas de e-mail e ter acesso à que se pretende utilizar. Os ícones são expressivos e fáceis e utilizar em termos de toque.


A conectividade é ao nível do que conhecemos no mundo Android. Podemos facilmente nos ligar um hotspot, podemos ligar por Bluetooth e partilhar o nosso sinal de dados móveis.

Preço

A Vodafone tem já à venda o modelo de 16GB por 508,18€ mais IVA, totalizando 615€ para esta versão. Assim, a versão de 32 GB rondará os 700€.

A TMN, operadora que também já anunciou a venda deste dispositivo, ainda não tem preços anunciados, mas certamente, tal como conhecemos o mercado nacional, deverá pautar pela mesma tabela de preços.

Operadores

Posição no mercado

Este equipamento vem iniciar uma batalha hercúlea face ao único que até agora estava disponível no mercado. É natural, apelativa e justa a comparação deste com o iPad da Apple, até porque a escolha dos utilizadores que pretenderem adquirir um equipamento deste tipo vai centrar-se nestes dois equipamentos.


Apesar de serem equipamentos com funções e características similares, as diferenças entre ambos são óbvias e por demais evidentes. Podemos começar pelo tamanho dos equipamentos. O Samsung Galaxy apresenta umas dimensão mais reduzidas face ao iPad. Essa diferença de tamanho acaba por se reflectir também na área disponível para o ecrã, que no iPad atinge as 10” contra as 7” do Galaxy.


As diferenças de sistema operativo, que são as mesmas que existem entre o Galaxy S e o iPhone, estendem-se a estes dois equipamentos. Associada ao SO vem também a questão das aplicações. Ao optar pelo Andoid, a Samsung garante já uma base sólida de aplicações disponíveis. Ainda não atingem os valores que a Apple disponibiliza na sua App Store, mas dificilmente não terão dificuldade em achar uma determinada aplicação.

As duas câmaras disponibilizadas no Galaxy são únicas na sua classe, mas devemos ter em mente que este equipamento está mais próximo de ser um (grande) telefone do que um tablet PC. É, no entanto, uma vantagem face ao iPad.


Outro ponto muito positivo e que distingue estes dois equipamentos é a capacidade que o Galaxy tem de expandir a sua memória. A possibilidade de adicionarmos cartões de memória é algo que a Apple não incluiu no seu iPad e que facilita em muito a vida dos utilizadores deste tipo de equipamentos.

O ponto mais negativo que o Galaxy apresenta face à concorrência directa é mesmo o preço a que vai ser colocado.  Este ponto foi de alguma forma descurado pela Samsung pois ao apresentar um equipamento com características similares ao iPad, o preço deveria ser pelo menos igual ao praticado pela Apple.

Apreciação global:

O que mais gostei

O equipamento está muito elegante, tem uma forma prática de utilizar quando o usamos para ver filmes, para jogar, para navegar na Internet e para fazer uma gestão do nosso mail. Também ao nível das imagens, tem uma biblioteca de imagens muito bem organizada, com efeitos interessante, tornando a experiência rica na amostragem e visualização de fotografias.

O som é muito bom, mas usando outros auscultadores que não os que acompanham o equipamento.

Gostei da qualidade do ecrã, a experiência de viajar e ter um bom filme como companhia é agradável. O mesmo se passa com alguns jogos já com mais qualidade, se bem que falta ainda desenvolver gráficos que tirem proveito deste ecrã.

A facilidade de fotografar e filmar tiram proveito de um ecrã generoso e com fácil acesso às muitas funções que a Samsung já nos habituou nestas funções multimédia.

O que menos gostei

Não vi grande utilidade para o módulo telefone. O facto de o termos de usar recorrendo ao auricular, praticamente inviabiliza a utilização em espaço públicos, pela “intrusividade” e falta de privacidade a que estamos obrigados. Um “telefone” daquele tamanho e a obrigatoriedade de usar o auricular, não abonam a favor da imagem conceptual de um gadget destes.

Os auscultadores são prejudiciais ao bom som que o Samsung Galaxy Tab emana. Testei com os originais e não fazem jus à qualidade de som que o sistema oferece. Troquei de auscultadores e notou-se de imediato a diferença. Também ao nível da conversação, o auricular é barulhento, tendo em conta a sua construção, e nada confortável.

Não me agradou o facto de não haver aplicações no Market que tirem proveito das capacidades do ecrã e do processador. Tudo ainda funciona na base do smartphone, desprestigiando este gadget.

A portabilidade não é confortável. Andar com o Galaxy Tab nos bolsos é incómodo. Cabe no bolso do casaco, é verdade mas não será uma experiência elegante e prática.

Por fim, o preço. É um preço abusivo, impraticável, face à utilidade deste equipamento. Depois, tendo em conta que é super dependente da ligação à Internet, fica caríssimo manter o gadget em constante utilização, como foi idealizada a sua utilização. A dependência das operadoras, o preço de custo, o preço de comunicações… se não houver uma alteração de oferta de mercado, poderá ser um desastre de vendas.

A diferença de tamanho entre o Galaxy S e o Galaxy Tab não compensa os quase 300 euros de diferença.


Conclusão:

O mercado será soberano. Confesso que não fiquei maravilhado com este gadget, principalmente porque o preço atira-o para um patamar onde a concorrência está muito melhor equipada. A dependência das operadoras será um factor que irá determinar o grau de sucesso ou insucesso. Depende dos pacotes de oferta que serão praticados. O Android 2.2 está muito melhor que as versões anteriores e isso potencia fortemente o Tab, mas o suporte para algumas tecnologias tem que melhorar, sob a penalização de uma navegação sem qualidade.

Deixo uma nota positiva mas sem qualquer euforia, este será um gadget que, para vencer, terá de subir a pulso… uma longa escalada!

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