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Análise: Samsung Galaxy S10+, será este o melhor Samsung de sempre?

Um novo design, novas câmaras e um sensor de impressões digitais ultrassónico. Um novo SoC mais poderoso e mais inteligência. Estes são alguns dos atributos do novo Samsung Galaxy S10+. Será este o melhor Samsung de sempre?

Fique a conhecer o Galaxy S10+ em pormenor através de mais uma análise completa.


O Samsung Galaxy S10 (e toda a sua família) abriram as portas a uma nova geração de smartphones de topo, onde a Inteligência Artificial (AI), a fotografia, a segurança e a capacidade de armazenamento, continuam a ser os aspetos centrais. Atributos elevados a um nível superior, face a toda a geração de smartphones anterior.

A versão “Plus” do Galaxy S10 foi aquela que tivemos em testes desde o dia do seu lançamento e chegou o momento de lhe contar tudo sobre este smartphone.

 

Especificações gerais do Samsung Galaxy S10+

O Samsung Galaxy S10+ apresenta-se ao mercado como a solução com maior capacidade de armazenamento alguma vez vista num smartphone. 1 TB (Terabyte) é quanto um utilizador pode ter, sem recorrer a cartões de memória, com este novo smartphone. Além desta estupenda capacidade, existem ainda outros dois modelos disponíveis, de 512 GB e de 128 GB. No entanto, todos eles têm ainda a possibilidade de expansão de armazenamento através de cartão microSD até 512 GB. O modelo de 1 TB vem equipado com 12 GB de RAM e os outros com 8 GB.

O processador que equipa o S10+ é o mesmo que equipa os outros modelos da mesma linha. Trata-se então do novo Exynos 9820, um SoC octa-core e 8nm (2×2.73 GHz Mongoose M4 & 2×2.31 GHz Cortex-A75 & 4×1.95 GHz Cortex-A55). Por outro lado, a GPU que o equipa é a Mali-G76 MP12.

É importante referir que existem versões equipadas com Snapdragon 855 (7 nm), mas não estão disponíveis para o nosso mercado, como aliás é comum acontecer.

O ecrã, que também recebe novidades, agora é chamado de “Infinity-O”. Este nome surge depois da opção de colocar as câmaras embutidas no ecrã. Este ecrã é Dynamic AMOLED de 6,4″, com resolução QuadHD+ (1440 x 3040 píxeis) e tem uma proporção de 19:9 e uma densidade de pontos por polegada de aproximadamente 522.

As câmaras surgem também elas renovadas. O Samsung Galaxy S10+ chega, portanto, com 5 câmaras, cada uma delas com as suas especificações e propósito. Na traseira existem 3 câmaras e na frente duas.

Câmaras traseiras:
Câmaras frontais:

A Samsung continua a oferecer jack de áudio de 3,5mm, mas na questão do som há mais para referir. Vem com dois altifalantes, que reproduzem som em stereo e, além disso, ainda oferece tecnologia Dolby Atmos com AKG sound. Os dois microfones que oferece captam som de extrema qualidade e a própria reprodução de som, arrisco-me a dizer, que é a melhor atualmente num smartphone.

Adicionalmente, vem com Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac/ax, Bluetooth 5.0, USB tipo-C 3.1 e também traz rádio FM. Da panóplia de sensores, conta-se o sensor de impressões digitais ultrassónico integrado no ecrã, o acelerómetro, giroscópio, sensores de proximidade e luminosidade, bússola, barómetro, sensor de batimentos cardíacos e SpO2.

A bateria é de 4100 mAh com tecnologia de carregamento rápido e sem fios, ambas a 15W. A grande novidade desta bateria é a Wireless PowerShare que permite carregar outros dispositivos que suportem também o carregamento sem fios.

Na caixa (mais amiga do ambiente)

A Samsung, no início do ano, anunciou que estaria a preparar caixas mais ecológicas, com menos plástico. O plástico não foi totalmente eliminado, no entanto, foi bastante reduzido e o próprio embalamento é agora mais compacto.

O conteúdo, propriamente dito, não foi alterado face aos modelos anteriores. Vem assim com:

 

Construção e Design

O Samsung Galaxy S10+ está disponível em vidro e em cerâmica, como materiais da capa traseira. Os modelos em cerâmica são os de 512 GB e de 1 TB. Sendo que o modelo em análise é o de 128 GB, temos então o modelo em vidro, com proteção Gorilla Glass 5. Já o vidro frontal, curvo nas extremidades, tem proteção Gorilla Glass 6. A restante estrutura é em alumínio.

Samsung Galaxy S10e (preto prisma), Samsung Galaxy S10 (branco prisma) e Samsung Galaxy S10+ (verde prisma)

A Samsung criou cores “prisma” que dão ao smartphone um acabamento ainda mais elegante. No caso do modelo em análise usamos o verde prisma, mas existe também o preto e o branco prisma. A lateral em metal tem um acabamento esverdeado para dar continuidade à cor da traseira.

Olhando para o smartphone, facilmente são detetados os traços da Samsung, mas melhorados… Ok, só nalguns aspetos.

À esquerda, na lateral, existe o botão de volume e da Bixby. Por sua vez, em baixo, existe o jack de áudio, a porta USB tipo-C, o microfone e o altifalante. Em cima, outro microfone e o slot para cartões (2x nanoSIM ou nanoSIM + microSD). Por fim, à direita, o mal posicionado botão de Power (assista ao vídeo para perceber melhor do que se trata).

Na traseira, desapareceu o sensor de impressões digiais (que passou agora para o ecrã) e as câmaras estão posicionadas na horizontal, num módulo que conta ainda com o flas LED e com os vários sensores (já típicos). Abaixo deste módulo surge a inscrição da marca e nada mais há a perturbar a beleza desta traseira.

Na frente surge o ecrã, que está a ocupar cerca de 88,9% do painel frontal. Com margens muito reduzidas a toda a volta e com um acabamento curvo. Em cima existe o altifalante e, já dentro do ecrã, as duas câmaras frontais. Ao seu lado esquerdo, estão posicionados os sensores de luminosidade e proximidade, impercetíveis a olho nú.

Ainda no ecrã, também impercetível encontra-se o sensor de impressões digitais, já junto à zona inferior.

O ecrã Infinity-O… o “notch”, mas disfarçado

A Samsung inovou. O conceito de “infinity-o” não é exclusivo da linha Galaxy S, mas num topo de gama Samsung não deixa de ser surpreendente. A marca sempre se afastou do conceito “Notch” e agora tem algo muito idêntico. Ou talvez ainda pior… As câmaras surgem colocadas num canto do ecrã, de forma embutida, onde surge imagem à sua volta.

Por consequência, o recorte acaba por ser o mote para muita criatividade ao nível de Wallpapers. A Samsung podia ela ter tido estas ideias geniais, mas limitou-se a criar wallpapers com o canto superior direito um pouco mais escuro para tentar disfarçar a zona das câmaras.

Fora este “pormenor”, o ecrã Dynamic AMOLED é absolutamente fantástico. Tem uma adaptação perfeita às variações de luminosidade, apresenta uma excelente reprodução de cores, um contraste incrível… nada de negativo a apontar, a não ser tem um “buraco” quando se está a ver filmes ou fotos em ecrã completo.

Para quem for menos delicado na utilização, as margens tão reduzidas poderão ser um problema, com toques indesejados nas extremidades do ecrã.

Sensor de impressões digitais ultrassónico

O que é um sensor de impressões digitais ultrassónico?

Um destes sensores, consiste, resumidamente, num transmissor e recetor que irá criar uma imagem de ultrassom tridimensional da impressão digital. Assim, irá permitir adquirir muito mais informação do que nos sensores clássicos.

Este é um sistema mais seguro, uma vez que não se limita à informação da primeira camada de pele. A natureza 3D desta técnica de captura torna-a numa alternativa ainda mais segura relativamente aos sensores capacitivos.

Saiba mais sobre Sensores biométricos aqui.

No caso do S10+, o sensor de impressões digitais ultrassónico não é visível, mas é facilmente decorável e funciona de forma perfeita. É de referir que o sensor desbloqueia o smartphone com o ecrã desligado. Caso o utilizador necessite de auxílio para saber onde se encontra o sensor, basta dar dois toques no ecrã desligado. Em seguida, o ecrã acorda e é dada a indicação do local exato onde se deve colocar o dedo.

É de referir que o Galaxy S10+ dispõe também do método de reconhecimento facial como forma de desbloqueio. No entanto, este não é um método seguro e Samsung alerta bem para esse facto. Assista ao seguinte vídeo:

 

Interface Samsung One UI

A One UI é a nova interface de utilizador da Samsung, baseada em Android Pie. Visualmente, é percetível uma alteração dos ícones das aplicações e do próprio sistema. Tudo esta ainda mais limpo, respondendo à tendência minimalista atual.

Além da imagem, esta nova interface está mais otimizada, mais fluida e… segundo a Samsung, mais inteligente. Aprendendo com os hábitos do utilizador e adaptando os recursos. Não há dúvidas de que a One UI é um “lufada de ar fresco” aos smartphones Samsung.

A Bixby, a assistente virtual, continua presente. Diria que, ainda mais presente. A própria Bixby Home (o menu à esquerda do ecrã home) está mais completa. Neste menu são apresentados vários cartões de informação ao estilo do Google Now, com vários atalhos para os recursos mais utilizados ajustados pelo utilizador.

A Bixby continua, no entanto, a não falar português o que pode continuar a ser um entrave para alguns utilizadores. Contudo, é notória a sua evolução ao nível da interpretação de comandos.

Ao nível de funcionalidades existe ainda o ecrã das aplicações lateral, também já comum, que tira partido do ecrã edge.

 

Será que vale a pena falar no desempenho?

Vou começar por apresentar os resultados de benchmark. Estes testes nem sempre correspondem à real capacidade dos smartphones, mas serve, de qualquer forma, como meio de comparação.

Quanto ao desempenho, sinceramente, não há nada a apontar. Tudo funciona dentro do esperado. Perante um smarpthone de 1000€, com um dos melhores SoC do mercado, com 8 GB de RAM e uma GPU poderosa, nada mais se pode esperar que o melhor e é isso que temos.

Todas as tarefas, das mais corriqueiras às mais exigentes, todas foram executadas de forma impecável.

 

O poder das 5 câmaras em fotografia e vídeo

No que respeita às câmaras, a Samsung deu continuação à melhoria da sua oferta. A marca já era uma das melhores neste parâmetro e agora reforça a sua posição.

Em termos de especificações, na trazeira existem três câmaras: uma teleobjetiva de 12 MP que permite fotografar com zoom ótico 2 vezes; uma grande angular, que pode ser encarada como principal, também de 12 MP, mas com uma abertura que varia conforme as situações de luminosidade; e, por fim, uma terceira câmara, de 16 MP ultra grande angular que capta uma área maior.

Por sua vez, a câmara frontal é composta por dois sensores, um de 10 MP, um sensor dedicado às selfies comuns, e outro de 8 MP. Este último serve tanto para criar efeito de profundidade, como para selfies onde caibam mais pessoas, ou mais paisagem.

É de referir que esta câmara já grava a 4K, característica ainda rara no mundo dos smartphones, mas ótima para criadores de conteúdo, para quem o smartphone é uma ferramenta de trabalho.

 

A app Câmara

Para responder às características das novas câmaras há uma app renovada, com mais funcionalidades. Junto ao obturador surgem, então, os vários modos de captura e a opção para trocar entre lentes, com os ícones explicam exatamente a função de cada uma delas. Com a escolha da ultra grande angular, tenha atenção à posição dos dedos para que não apareçam nas fotos.

Com o modo Super Lento é possível gravar a 960 fps em HD e para este modo é mesmo necessária muita luz natural. Luz artificial pode dar cabo de qualquer slowmotion (ver no vídeo da análise).

Há que destacar ainda outros modos presentes: Live Focus, Pro, Panorama, Alimentos, Câmara lenta e Movimento Rápido. Recentemente, a Samsung adicionou o modo Instagram. Ao captar uma foto esta é logo encaminhada para a edição de Histórias do Instagram.

Eu não sou priamente fã dos modos automáticos com inteligência artificial, mas a verdade é que estão cada vez melhores e os ajustes feitos com o S10 plus até são bons. Em modo noite (AI), não gosto particularmente do efeito estrelado que dá às luzes. Mas não deixa de ser interessante. Aqui deixo alguns exemplos.

Evidentemente que muitos dos exemplos foram captados com as três lentes no mesmo plano, e em diferentes ambientes.

Os detalhes são incríveis em qualquer um deles, no entanto, a câmara de telephoto não é recomendável para fotografias em ambientes mais escuros.

As selfies são também de elogiar. De facto, esta câmara frontal, deixa muitas câmaras principais envergonhadas.

No que respeita ao vídeo, a câmara frontal foi a que mais acabou por surpreender, com uma excelente estabilização e com uma adapção rápida às diferentes variações de luz, ideal para quem quem quer gravar fora de portas. Exemplos de vídeo com os dois módulos podem ser vistos no vídeo inicial.

Mais pormenores e exemplos poderão ser visto num artigo dedicado exclusivamente às suas câmaras em comparação com o Huawei Mate 20 Pro.

Autonomia e o Wireless PowerShare

O Samsung Galaxy S10+ vem equipado com uma bateria inteligente de 4100 mAh. O que significa “bateria inteligente”? Basicamente, os recursos são adaptados de forma a que a bateria não esteja a ser consumida por aplicações em segundo plano que não estão a ser utilizadas há muito tempo.

Mas, além de inteligente, esta ainda vem com a nova tecnologia “Wireless PowerShare“. Ou seja, permite carregar, por indução, outros equipamentos que suportem tecnologia de carregamento sem fios.

Sobre o Wirless PowerShare, basicamente é a mesma funcionalidade que a Huawei já tinha apresentado com o seu Mate 20 Pro. Ainda assim é bom ver que as marcas estão a apostar nesta tendência. Na verdade, nunca, em situação alguma tive que a utilizar, mas não deixa de ser positivo existir, trazendo mais valor para este S10+.

Já no ponto da autonomia, o S10 Plus não surpreende. O ecrã foi praticamente sempre utilizado em FullHD+, abaixo do máximo disponível, que ababa por ser mais económico. No teste à autonomia, através da app PC mark, consegiu quase 10 horas de utilização. Mas, resumidamente, dá para um dia de utilização.

Comparando com o Mate 20 Pro, o meu smartphone pessoal, com o mesmo tipo de utilização consigo chegar ao fim de um dia com quase 30% de bateria e com o S10+, isso já não acontece. Neste caso, a maioria dos dias acabou com 15%. Há que dizer, que a Huawei é muito mais restritiva na gestão de consumos que a Samsung, o que, por vezes até prejudica a experiência de utilização.

Também em termos de carregamento rápido, nada de surpreendente. Demora mais que hora em meia a carregar na sua totalidade (105 minutos) e, em meia hora, carrega cerca de 40%.

Não é mau. Mas não surpreende.

 

Verdicto

Vale a pena salientar desde já o preço do Samsung Galaxy S10+. Este topo de gama está disponível no mercado por 1029,99 € (128 GB). Os modelos de 512 GB estão disponíveis pode 1279,99 € e os 1 TB, disponíveis por 1639,99 €. Sim, são muito caros… E até onde é que poderá isto ir… Tendo em consideração o modelo de 128 GB, até se pode considerar um preço justo face ao que a concorrência oferece.

Sabemos que existem marcas tão capazes quanto a Samsung, mas também temos que dar valor aos pormenores que outras marcas ainda desperezam.

Na questão do desempenho, de todo o funcionamento do S10+, não há nada de negativo a apontar. A nova interface está muito bem otimizada e no periodo de testes tudo respondeu dentro daquilo que são as exigências de um topo de gama.

O ecrã tem uma qualidade soberba, aliás, nada de espantar, considerando a marca que tenho em mãos… mas não podemos deixar de comentar as câmaras metidas à força no ecrã. A solução não foi boa, Samsung.

O sensor de impressões digitais, ultrassónico, funciona de forma irrepreensível, é super seguro e está muito bem posicionado… por sua vez, o que está muito mal posicionado é o botão de power. Toda a restante estrutura merece nota positiva.

A autonomia não surpreende, mas também não desilude, e a função de carregamento de outros smartphones sem fios é boa, mas nunca me fez falta… e não é uma coisa de 15 dias. Tenho essa tecnologia há 3 meses no Mate 20 Pro e nunca utilizei, a não ser para testes.

No campo da fotografia e vídeo, tal como no desempenho, não há nada a apontar de negativo.

Pegando na questão inicial: será este o melhor Samsung de sempre? A resposta, em termos de especificações é óbvia… No entanto, considero que este não é um modelo disruptivo, como foi o Galaxy S8 ou o mítico SIII.

O Pplware agradece à Samsung a cedência do Galaxy S10+ para análise.

Samsung Galaxy S10+

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