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Já não vale a pena minerar Bitcoin?

De acordo com dados recentemente publicados, o custo da eletricidade e do poder computacional necessários para a extração excede frequentemente o valor real da moeda digital. Já não vale a pena minerar Bitcoin?


Em dezembro do ano passado, o Bitcoin fez história, chegando ao aguardado marco dos 100.000 dólares. Apesar deste máximo histórico ter sido verdadeiramente impressionante, a criptomoeda caiu e tem, nas últimas semanas, restabelecido o seu valor – ainda que longe dos gloriosos 100.000.

De acordo com dados recentemente publicados pela CoinShares, o custo da eletricidade e do poder computacional necessários para extrair Bitcoin excede frequentemente o valor real da moeda.

Para as grandes empresas de mineração, o processo de extração de um único Bitcoin custa agora mais de 82.000 dólares.

Dependendo do valor da moeda, que oscila diariamente, pode ainda ser rentável. Contudo, as margens viram-se reduzidas, comparativamente à realidade de há um trimestre.

Segundo a CoinShares, custava cerca de 56.000 dólares no terceiro trimestre de 2024 para fazer os cálculos computacionais necessários para minerar um Bitcoin.

Ainda que a maioria das pessoas não seja mineiros industriais, as organizações mais pequenas podem ver-se em sarilhos. Para os mineiros nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que o preço esteja mais próximo de 137.000 dólares gastos para extrair um único Bitcoin.

Caso a mineração ocorra na Alemanha, a equação “fica pior”, conforme citado: uma única moeda vai custar cerca de 200.000 dólares.

Uma vez que estes preços estão longe do máximo histórico do Bitcoin, aqueles que querem minerar a criptomoeda terão de assumir o risco e esperar que ela dispare para novos máximos, futuramente.

 

Por que motivo a mineração de Bitcoin pode ter deixado de ser rentável?

Aparentemente, a discrepância de preços pode ter alguns motivos.

Primeiro, o aumento do custo da eletricidade, um problema que está a afetar os Estados Unidos e outros países -, que resulta da inflação, da guerra comercial encetada por Donald Trump e do aumento da procura por tecnologias de grande consumo, como a Inteligência Artificial.

As taxas impostas pelo Governo americano estão, também, a fazer subir o custo do equipamento de extração mineira.

Depois, o facto de o Bitcoin ter caído para metade há cerca de um ano, num processo que reduz a recompensa pela exploração mineira. Esta redução destina-se a abrandar o ritmo de entrada de novas moedas no mercado.

Seguindo o fluxo “natural” da criptomoeda, está a ficar mais caro minerá-la e a recompensa por fazê-lo é menor.

Ainda que para a maioria das pessoas a queda de rentabilidade da mineração de Bitcoin não seja um problema, é um dado curioso, à medida que a moeda reúne mais entusiastas.

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