Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, é ainda pouco conhecido, apesar do que se pensa saber sobre este gigante gasoso. O desafio de novas descobertas levou a que astrónomos no Canadá tenham encontrado algo surpreendente. Segundo eles, foram descobertas evidências de 45 novas luas minúsculas a orbitar Júpiter. Aliás, depois desta constatação, os especialistas dizem mesmo que o planeta pode ter 600 destes satélites naturais no total.
Ainda não se conhecem mais de 79 luas, mas parece não faltar desafios para os próximos tempos.
Júpiter poderá revelar centenas de luas nos próximos tempos
Sendo o maior mundo no nosso sistema solar, Júpiter é frequentemente referido como o rei dos planetas. À sua conta, este gigante conta com pelo menos 79 luas conhecidas. Na verdade, este perde em quantidade para Saturno, que tem 82. No entanto, um novo estudo da Universidade de British Columbia, no Canadá, sugere que pode haver muito mais satélites Jupiterianos à espera de serem descobertas.
Se estes astrónomos estiverem certos, Júpiter pode ter até 600 luas a orbitar ao seu redor! Estas luas adicionais à espera de serem encontradas certamente são muito pequenas, da ordem de cerca de 800 metros de tamanho, dizem os astrónomos.
Há ainda informação que será desvendada no dia 25 de setembro de 2020. Num evento virtual, o Europlanet Science Congress 2020, estas e outras revelações serão apresentadas. O trabalho foi para já apresentado num artigo no arXiv.
Mas como chegaram ao valor de 600 luas?
Os astrónomos da University of British Columbia examinaram imagens de arquivo de Júpiter, tiradas com a câmara MegaPrime de 340 megapíxeis no telescópio Canadá-França-Havai em Mauna Kea no Havai. As 60 imagens estudadas foram todas tiradas em 8 de setembro de 2010, num período de três horas.
Para explicar as várias formas pelas quais as pequenas luas podem se mover num campo de visão, a equipa combinou digitalmente todas as imagens de pelo menos 126 maneiras diferentes. Os esforços valeram a pena.
Segundo os dados, foram encontradas 52 novas luas possíveis. Os objetos tinham diâmetros tão pequenos quanto 800 metros, aparecendo nas imagens com magnitudes abaixo de 25,7. Dessas 52, sete acabaram por ser identificadas como luas já conhecidas que estão em órbitas irregulares. Contudo, ficaram 45 novas deteções.
As luas descobertas também parecem ser luas retrógradas. Quer isto dizer que orbitam Júpiter “para trás” em relação à rotação do planeta. Este comportamento, no entanto, é ligeiramente diferente do movimento retrógrado aparente, onde um planeta, como Mercúrio, parece mudar a sua direção movendo-se no céu conforme é visto da Terra – mas realmente não muda. Tal fenómeno acontece devido às posições relativas do planeta e Terra e como eles se movem em torno do sol.
Portanto, a questão é como chegaram então ao valor de 600? Claro, a resposta passa pelo estudo conseguido em apenas um grau quadrado de visão do espaço ao redor de Júpiter. Extrapolando para o resto da região ao redor do planeta, os investigadores estimam que Júpiter possa ter até 600 luas no total.
É preciso mais tempo para haver confirmação que existem mesmo lá as 45 luas
Segundo o que foi reportado, até ao momento, as tais 45 novas luas não foram oficialmente confirmadas. Isto porque as suas órbitas ainda não foram determinadas com precisão.
O facto de Júpiter já ter 79 luas conhecidas é incrível o suficiente, quando pensamos em como a Terra tem apenas uma. No entanto, os gigantes de gás e gelo são muito maiores e têm uma atração gravitacional muito mais forte. Assim, realmente não é muito surpreendente que eles tenham muito mais luas do que planetas rochosos menores. Centenas de luas para Júpiter podem ser mais que imaginamos, mas os escritores de ficção científica têm investigado esta possibilidade há anos.
Estes minúsculos objetos são grandes o suficiente para serem considerados luas – ou lunetas – de acordo com os cientistas. E os anéis de Júpiter?
Como os anéis de Saturno, Urano e Netuno, eles são compostos principalmente de partículas muito menores do que isso, mais como grãos de areia ou mesmo poeira. Seria completamente impraticável pensar em cada uma dessas manchas como uma “lua”, obviamente, então onde está o limite de tamanho?
A resposta é que a União Astronómica Internacional não considera nenhum objeto rochoso menor que um quilómetro uma lua.
Luas de Júpiter estão “febris”?
Na semana passada, foi também relatado que as luas de Júpiter parecem estar mais quentes do que o esperado. A maior parte do calor (no interior destes mundos) pensa-se que resulta da gravidade de Júpiter, que poderá estar a puxar o interior das luas e com isso cria um calor extra. No entanto, agora parece que estes astros podem estar realmente a aquecer demais. Isso aplica-se às quatro grandes luas descobertas por Galileu, Europa, Io, Callisto e Ganimedes.
Saturno atualmente tem 82 luas conhecidas. E é certamente provável que estudos futuros revelem dezenas ou centenas de outras também no sistema saturniano. E quanto a Úrano e Neptuno? Será muito interessante ver se a previsão dos investigadores para Júpiter se mantém, e quantos mais desses minúsculos mundos serão encontrados, nas nossas vidas, orbitando os maiores planetas do nosso sistema solar.
Resumindo: os astrónomos do Canadá encontraram evidências de 45 novas luas orbitando Júpiter e dizem que o planeta pode ter até 600.