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Veículos com rodas para exploração da Lua? Isso vai acabar, no futuro os veículos vão levitar

O primeiro veículo elétrico de exploração espacial a pisar solo extraterrestre foi o Lunar Roving Vehicle. Este veículo móvel lunar tinha uma massa de 210 kg e 4 rodas, que permitiram explorar a Lua ao longo de vários quilómetros em volta do pouso da nave Apollo. De lá até aos dias de hoje, os rovers já chegaram até Marte, um já tem hélices, mas os populares têm rodas.

O caminho da evolução destes veículos, peças essenciais enviados pela humanidade a solos de outros planetas e luas, passa não por rolar, mas sim por levitar.


E se na Lua se levitasse em vez de rolar?

A Lua está coberta de rególito, uma camada de rocha afiada e esmagada que poderia constituir uma ameaça para futuras missões de aterragem ao danificar naves espaciais e colocar os astronautas em perigo. Embora os principais intervenientes da indústria trabalhem arduamente na conceção de veículos com rodas mais duráveis e eficientes, os engenheiros do MIT propõem uma solução que não implica sequer tocar na superfície da Lua.

Assim, conforme podemos perceber, MIT trabalha no desenvolvimento de um veículo que possa levitar acima do terreno lunar acidentado.

 

Mas como seria isso possível?

Os engenheiros dizem que isso pode ser feito utilizando a “carga natural da Lua“. Esta carga natural refere-se a uma concha elétrica que se forma em corpos celestes que carecem de atmosfera, como a nossa Lua ou asteroides, por exemplo.

Dado que não têm atmosfera, a luz solar atinge a sua superfície sem ser retida por quaisquer outros gases adicionais. Na nossa Lua, isto faz com que o pó seja carregado electrostaticamente pelo Sol e, na realidade, descola durante mais de 1 metro acima do solo.

O efeito é semelhante a quando se esfrega um balão no cabelo e depois este é afastado lentamente.

O veículo proposto pelo MIT faz uso desta superfície com carga positiva. Mais especificamente, utiliza propulsores de iões para gerar uma força repulsiva que deve ser suficiente para fazer levitar um veículo de quase 1 kg na Lua. Os propulsores serviriam também para a carga do mesmo.

 

Um rover que mais parece um OVNI

Para pôr em prática o seu conceito, os cientistas começaram por criar um pequeno veículo do tipo “pires de chávena de chá” com propulsores que emitiam iões negativos. Com isso, o veículo ganha uma carga positiva e envia esta força contra a superfície lunar. No entanto, isso não foi suficiente para o fazer subir.

Depois adicionaram alguns propulsores que geravam iões positivos para impulsionar a carga natural. Utilizando uma fonte de 50 quilovolts e este segundo modelo, os engenheiros calcularam que um pequeno veículo podia levantar 1 centímetro acima do solo. Claro que, quanto maior for a tensão, maior será a força produzida.

Em princípio, com uma melhor modelação, poderíamos levitar a alturas muito mais elevadas.

Diz o engenheiro aeroespacial Paulo Lozano.

Esta é apenas a base para um desenho mais complexo. Contudo, se bem sucedidas, as futuras missões à Lua e aos asteroides poderiam utilizar veículos com propulsores iónicos para navegar em segurança através do terreno acidentado.

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