Não está fácil pousar na Lua. Depois de outros países terem perdido as suas missões no momento crítico de alunar, a missão americana de uma empresa privada fazia prever um “final feliz”. Contudo, o módulo de pouso lunar Odysseus está provavelmente caído de lado, com a sua parte superior apoiada numa rocha.
O lado torto da Lua
Conforme foi notícia nos quatro cantos do planeta, a empresa norte-americana Intuitive Machines fez um pouso histórico na Lua. Comemorou-se a primeira aterragem lunar dos EUA desde a Apollo 17 em 1972 e a primeira aterragem na Lua por uma entidade comercial.
Contudo, a nave que alunou no nosso satélite natural poderá não estar em condições. Segundo a empresa, o Odysseus está provavelmente caído de lado, com a sua parte superior apoiada numa rocha. Além disso, é também referido que o módulo está carregado com bastante energia e está a comunicar com a Terra.
Os controladores estão a tentar recuperar fotos tiradas pelo robô.
Steve Altemus, CEO e um dos fundadores da Intuitive Machines, disse que ainda não sabe exatamente o que aconteceu, mas os dados sugerem que o robô ficou com um dos seus pés preso na superfície e virou, porque ainda estava em movimento lateral no momento da aterragem.
Outra possibilidade é que o Odysseus tenha partido um dos pés ao pousar. Os sensores de medição inercial indicam que o veículo está em posição horizontal. Qualquer que seja a razão para a posição inesperada da aterragem, as antenas de rádio ainda estão apontadas para a Terra e as células solares continuam a carregar o sistema de baterias.
Felizmente, todos os instrumentos científicos para fazer observações na Lua estão voltados para cima, o que deverá permitir algum trabalho dos cientistas. A única carga útil no “lado errado” da sonda, apontando para a superfície lunar, é um projeto de arte estático.
O polo lunar onde poderá ter água
Os controladores direcionaram o robô para um terreno cheio de crateras perto do polo sul da Lua, e a equipa da empresa acredita que a nave chegou muito perto do local alvo — talvez a 2 km ou 3 km de distância.
Um satélite da agência espacial dos EUA chamado Lunar Reconnaissance Orbiter irá procurar o Odysseus neste fim de semana para confirmar o seu paradeiro.
A missão da Intuitive Machines faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, no qual a agência paga a várias empresas privadas americanas por serviços de carga para a Lua — no caso do Odysseus com um pagamento de 118 milhões de dólares.
A Intuitive Machines tem mais duas missões em 2024. A próxima verá um robô perfurar a superfície. Outra empresa texana, a Firefly Aerospace, também deve lançar uma missão para a Lua em algum momento dos próximos meses.
A NASA considera o projeto CLPS uma forma mais económica de fazer pesquisa e ciência, ao mesmo tempo que semeia o que espera que se torne uma economia lunar próspera.