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Uma oscilação na órbita da Lua poderá trazer-nos cheias recordes na década de 2030

Estamos a ver consequência terríveis das alterações climáticas. Enchentes e intempéries que assolam países e zonas que não têm memória destes acontecimentos. Contudo, outros fenómenos poderão trazer à Terra eventos meteorológicos e outros problemas nas orlas costeiras. Segundo um novo estudo, uma “oscilação” na órbita da Lua pode resultar em enchentes recordes na década de 2030.

Em vários pontos do globo, as zonas do litoral poderão sofrer um aumento do nível da água que inundará o que hoje são zonas habitáveis.


Alterações climáticas e o aumento das enchentes

A mudança climática já aumentou a frequência e a gravidade dos furacões e outros eventos climáticos extremos em todo o mundo. Contudo, há uma ameaça menor e menos espalhafatosa no horizonte que pode causar estragos nas orlas marítimas de vários países.

Recentemente, um novo estudo liderado pela NASA alertou que estas cheias poderão tornar-se cada vez mais frequentes nos Estados Unidos já nos anos 2030. Segundo a investigação, grande parte da costa dos Estados Unidos terá três a quatro vezes mais dias de cheias por ano durante, pelo menos, uma década.

As enchentes da maré alta, também chamadas de “enchentes incómodas”, ocorrem nas áreas costeiras quando as marés atingem cerca de 0,6 metros acima da maré alta média diária e começam a inundar as ruas ou vazam através das sarjetas. Fiel ao seu apelido, estas inundações são mais um incómodo do que uma calamidade total, inundando ruas e casas, forçando o encerramento de empresas, assim como vários problemas sanitários.

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), nos EUA foram contabilizadas mais de 600 destas inundações em 2019. No entanto, neste novo estudo liderado pela NASA, os resultados alertaram que as enchentes tornarão-se uma ocorrência muito mais frequente no país já na década de 2030.

 

Nível médio global do mar subiu cerca de 21 a 24 centímetros desde 1880

O estudo, publicado a 21 de junho na revista Nature Climate Change, adverte que estes dias extras de inundação não serão distribuídos uniformemente ao longo do ano, mas provavelmente agrupar-se-ão ao longo de apenas alguns meses; as áreas costeiras que agora enfrentam apenas duas ou três enchentes por mês podem em breve enfrentar uma dúzia, ou mais.

É o efeito acumulado ao longo do tempo que terá um impacto. Se inundar 10 ou 15 vezes por mês, uma empresa não pode continuar a operar com o seu estacionamento submerso. As pessoas perdem os seus empregos porque não conseguem ir para trabalho. As fossas poderão tornar-se num problema de saúde pública.

Referiu Phil Thompson, professor assistente da Universidade do Havai, num comunicado.

Por um lado, há aumento do nível do mar. À medida que o aquecimento global aquece a atmosfera, o gelo glacial derrete a um ritmo recorde. Este efeito despeja enormes quantidades de água derretida no oceano. Como resultado, o nível médio global do mar subiu cerca de 21 a 24 centímetros desde 1880, com cerca de um terço disso a ocorrer apenas nos últimos 25 anos, de acordo com a NOAA.

Por volta do ano 2100, o nível do mar poderá subir de 0,3 m a 2,5 m acima de onde estava em 2000, dependendo de como os humanos irão conseguir restringir e controlar as emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas.

 

A Lua também tem “culpa”

Embora o aumento do nível do mar por si só vá aumentar a frequência das enchentes na maré alta, estas terão uma pequena ajuda do cosmos, especificamente da Lua.

A lua influencia as marés, mas o poder de atração do nosso satélite natural não é igual de ano para ano. Isto é, a Lua tem uma “oscilação” na sua órbita, alterando ligeiramente a sua posição em relação à Terra num ciclo rítmico de 18,6 anos. Durante a metade do ciclo, o astro suprime as marés na Terra, resultando em marés altas mais baixas e marés baixas mais altas.

Para a outra metade do ciclo, as marés serão amplificadas, com marés altas mais altas e marés baixas mais baixas, segundo a NASA.

Estamos atualmente na parte de amplificação da maré do ciclo. Portanto, o próximo ciclo de amplificação da maré começa em meados da década de 2030. Então, nessa altura, o nível global do mar terá subido o suficiente para tornar aquelas marés altas, superiores às normais, particularmente problemáticas.

 

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