Sim, já sabemos que o 25.º ciclo solar está bravo. De 11 em 11 anos, o Sol entra num novo período e pode ser calmo, como o ciclo passado, ou bruto, como o atual. Manchas solares são disso um testemunho, como vimos há umas semanas. A região da mancha solar responsável pelas gloriosas auroras que brilharam sobre a maior parte da Terra no início de maio está de volta e continua a fazer travessuras.
Podemos receber novas e lindíssimas auroras boreais
A AR3664, responsável por várias erupções de classe X, incluindo uma das mais poderosa do atual ciclo solar (se não mesmo a mais poderosa), afastou-se da vista para o outro lado do Sol em meados de maio. Não a conseguimos ver quando deu a volta, mas depois reapareceu em grande estilo.
Quando voltou a contornar o horizonte do Sol com um novo nome – AR3697 – no passado dia 27 de maio, a mancha solar irrompeu com outra poderosa chama de classe X, desta vez uma X 2.8.
Desde então, já cuspiu mais quatro erupções de classe X, num total de cinco, pelo menos até ao momento.
Existem três categorias de Erupções Solares:
- Erupções classe X: são importantes e grandes erupções que podem desencadear a suspensão de diversas atividades eletromagnéticas, suspender as transmissões das estações de rádio em todo o planeta e produzir tempestades de radiação de longa duração.
- Erupções classe M: são erupções de média intensidade que afetam as regiões dos polos e rápidos bloqueios nas emissões radiofónicas.
- Erupções classe C: são pequenas erupções e não afetam o planeta.
Sol dispara variado calibre
No dia 29 de maio, o Sol emitiu uma chama X1.45. A 31 de maio, emitiu um clarão X1.1 e a 1 de junho, produziu duas chamas, uma X1.03 e outra X1.4.
No entanto, não é provável que estas erupções provoquem algo como as tempestades solares do início de maio. Não há notícia de uma ejeção de massa coronal (EMC) – a expulsão de uma enorme massa de plasma solar e campo magnético que produz auroras quando colide com a magnetosfera da Terra.
Isso não significa que a AR3697 tenha terminado. Está a emitir erupções mais fracas diariamente.
Em 2 de junho, emitiu duas chamas de classe M – o nível seguinte ao da classe X, 10 vezes mais fraco – e 10 chamas de classe C, 10 vezes mais fracos do que os de classe M.
Também não é provável que estes tenham grande efeito, mas a probabilidade de mais erupções de classe X é elevada, rondando os 30%, de acordo com o Spaceweatherlive.
A região das manchas solares está agora também situada no centro do disco do Sol. Isso significa que quaisquer erupções vão estar apontadas na nossa direção. Isto não é garantia de atividade de EMC, claro, mas as probabilidades são muito superiores à média.
E estamos atualmente a aproximar-nos, ou já estamos no pico, do ciclo de atividade de 11 anos do Sol, o que significa que mesmo que a AR3697 já nos tenha dado o seu melhor, poderá haver outra região de manchas solares em desenvolvimento que nos dará outro espetacular espetáculo de luz nos próximos meses.