Os cientistas, médicos e investigadores estão constantemente à procura de novos métodos para facilitar a deteção de tumores e cancros, bem como para os tratar. Assim sendo, uma nova tecnologia mostrou-se eficaz na deteção dessas massas cancerígenas, através de uma luz especial.
Além de viável, a tecnologia poderia estar disponível por um custo bastante baixo.
Um tipo de luz normalmente observado em experiências astrofísicas e reatores nucleares poderá, na verdade, e segundo o Science News, ser aplicado na deteção de cancros. Num ensaio clínico, um protótipo de uma máquina de imagiologia que utiliza esta luz geralmente azulada chamada radiação Cerenkov captou, com sucesso, a presença de tumores.
Esta radiação, também conhecida como Imagiologia de Luminescência de Cherenkov (em inglês, CLI) é gerada por partículas de alta velocidade que viajam mais rapidamente do que a luz, em materiais como o tecido humano. Apesar de nada ser mais rápido do que a luz no vácuo, através de determinados materiais a luz viaja mais lentamente. Portanto, com a radiação Cerenkov, as partículas libertadas pelos rastreadores fazem o tecido alvo vibrar e relaxar de forma a emitir luz. Esta, por sua vez, é captada por uma câmara.
Cerenkov poderá ser um trunfo em exames iniciais para deteção de tumores
De acordo com Magdalena Skubal, uma investigadora de cancro no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque, quando comparadas com análises de tumores padrão, as imagens com a luz Cerenkov foram classificadas como “aceitáveis” ou superior para 90% dos pacientes.
Naquele que foi o maior ensaio clínico do seu género até à data, realizado entre maio de 2018 e março de 2020, 96 participantes foram submetidos à Cerenkov, bem como a imagens padrão, como tomografia computorizada (TAC). De acordo com os investigadores envolvidos, a Cerenkov detetou todos os rastreadores, podendo ser uma arma mais versátil comparativamente aos exames padrão para a deteção de tumores.
Apesar de as imagens que resultam da Cerenkov não serem tão precisas como aquelas captadas pelos exames padrão, segundo Edwin Pratt, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, a tecnologia poderia ser usada para testes de diagnóstico inicial ou para avaliar o tamanho de tumores em tratamento. Ou seja, “uma forma rápida e fácil de ver se há algo de errado” e se é necessária “uma investigação mais aprofundada”.
Os resultados do estudo foram publicados na Nature Biomedical Engineering.
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