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Telescópio espacial deteta “supererupções” 10.000 vezes mais brilhantes do que o Sol

Os cientistas desenvolveram um modelo para compreender melhor a física das poderosas supererupções emitidas por estrelas muito para além do nosso sistema solar. Em comparação, as erupções que o nosso Solar lança contra a Terra são insignificantes quando comparadas com estas superexplosões.


As erupções solares, que são explosões rápidas e fortes de energia e radiação com origem na superfície do Sol, são conhecidas por serem emitidas para o espaço pelo nosso Sol.

No entanto, as missões Kepler e TESS da NASA descobriram que várias estrelas podem produzir supererupções que são 100 a 10.000 vezes mais brilhantes do que os emitidos pelo nosso Sol.

Apesar do imenso poder das erupções solares, que podem destruir infraestruturas elétricas e de comunicações, estas são “insignificantes” em comparação com as supererupções.

As erupções solares e as supererupções têm algumas características comuns; por exemplo, ambos resultam da libertação abrupta de energia magnética. No entanto, as superexplosões têm mostrado um comportamento invulgar, incluindo “um aumento inicial de brilho de curta duração, seguido de uma explosão secundária, de maior duração, mas menos intensa”.

Erupções solares de fase tardia

Os investigadores do Instituto de Astronomia da Universidade do Havai decidiram compreender a física subjacente a este comportamento invulgar das superexplosões.

Aplicando o que aprendemos sobre o Sol a outras estrelas mais frias, fomos capazes de identificar a física que impulsiona estas chamas, apesar de nunca as podermos ver diretamente. A mudança de brilho destas estrelas ao longo do tempo ajudou-nos a ‘ver’ estas chamas que são, na verdade, demasiado pequenas para serem observadas diretamente.

Afirmou Kai Yang, um dos autores do estudo, em comunicado oficial.

O estudo centrou-se nas curvas de luz destas estrelas super flamejantes, que mostraram um padrão peculiar de “pico de saliência” comparável às chamas solares de fase tardia, um fenómeno celeste encontrado no Sol. Esta fase refere-se a erupções que têm um pico secundário maior que ocorre dezenas de minutos a horas após o primeiro pico da fase principal.

De acordo com o comunicado oficial, os investigadores perguntaram:

Poderá o mesmo processo – grandes loops estelares energizados – produzir aumentos de brilho de fase tardia semelhantes na luz visível?

 

Modelo para compreender melhor o brilho das erupções solares

Os investigadores propuseram a hipótese de que a emissão dos loops coronais, que são estruturas de plasma quente confinadas pelo campo magnético do Sol, poderia também ser observada em estrelas que experimentam superflares.

Os cientistas utilizaram modelos de fluidos desenvolvidos a partir de loops de erupções solares para encontrar uma solução.

De acordo com os resultados, a entrada maciça de energia da chama induziu um influxo considerável de massa nos loops, resultando numa “emissão densa e brilhante de luz visível”, como esperado.

Estes estudos revelaram que só vemos esta luz brilhante quando o gás super quente arrefece na parte mais alta do laço. Devido à gravidade, este material incandescente cai, criando aquilo a que chamamos “chuva coronal”, que vemos frequentemente no Sol. Isto dá à equipa a confiança de que o modelo deve ser realista.

Concluiu a equipa.

Os resultados foram publicados no Astrophysical Journal.

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