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SpaceX – Elon Musk quer lançar quase 12 mil satélites espaciais

Elon Musk não para de surpreender com a sua visão revolucionária, influenciando a forma como olhamos para o futuro próximo. Depois de ter colocado com êxito o Falcon Heavy no Espaço, agora a SpaceX quer cobrir a Terra com Internet de alta velocidade via satélite.

Num projeto guardado a sete chaves, em total sigilo, dia 17 de fevereiro irá ser lançado o primeiro dos 11925 satélites.


SpaceX à conquista da Internet mundial

No próximo sábado, dia 17 de fevereiro, a empresa espacial SpaceX irá fazer um novo lançamento para o Espaço usando o Falcon 9. A carga útil primária será um satélite espanhol para um cliente chamado Paz. O mais interessante, contudo, encontra-se na carga secundária: neste transporte irão à boleia dois satélites demonstrativos que a empresa quer colocar em órbita para testar o seu plano de oferecer ao mundo um serviço de comunicação via Internet de banda larga.

A FCC concedeu, em novembro passado, a permissão à SpaceX para transportar os satélites Microsat-2A e Microsat-2B. A par disso, irá um satélite de radar espanhol denominado Paz. Os Microsat-2A e Microsat-2B têm uma vida útil planeada para apenas 20 meses. Os satélites contêm transmissores de banda larga e, uma vez em órbita, a empresa irá testar as ligações com várias estações terrestres, onde estão incluídos carros de apoio móvel e outros locais fixos, como os escritórios do CEO da Tesla.

 

Starlink – O Segredo é a alma do negócio

A SpaceX tem mantido um segredo sobre o seu plano de disponibilizar ao mundo o acesso à Internet. Durante uma conferência de imprensa na semana passada, Musk não quis falar sobre o projeto, informalmente conhecido como Starlink. Contudo, é tão grande a ambição e são tantos os documentos públicos que estão afetos à estrutura criada que era impossível que nada se soubesse por mais tempo.

A informação disponível refere que, nos próximos anos, a SpaceX espera lançar 4255 satélites interligados de Internet de banda larga para orbitar a cerca de 1120 a 1280 quilómetros acima da Terra, além de outros 7500 em órbitas inferiores.

As entidades validaram documentos de aprovação do teste de sábado que sugerem que o par de satélites será enviado a uma órbita a cerca de 510 quilómetros acima da Terra. Para termos uma ideia, a Estação Espacial Internacional orbita o planeta a cerca de 400 quilómetros de altitude. As informações que foram sendo veiculadas também dão conta de que a empresa está a trabalhar com parceiros na Argentina, Noruega e Nova Zelândia.

 

Uma ambição do tamanho do mundo

Hoje, cerca de 1740 satélites ativos orbitam a Terra, além de 2600 satélites mortos que estão a flutuar o espaço como sucata. A frota planeada da SpaceX, de 11925 satélites, será quase três vezes maior que todos os satélites atualmente em órbita.

Este projeto tem como finalidade entrar na corrida, cada vez mais competitiva, pelo fornecimento de Internet rápida ao mundo de forma generalizada, uma competição onde a Google e o Facebook também já disponibilizaram equipamentos e ambições. Contudo, é Elon Musk que está, provavelmente, mais equipado com o necessário para conseguir um produto final, isto porque, segundo os analistas, está em causa um mercado de muitos milhões de dólares por ano.

 

Satélites que estão acima dos entraves terrestres

Várias outras empresas já imaginaram, já ilustraram a sua ambição de levar Internet ao mundo. Contudo, a ideia de existir uma rede de satélites espacial será a mais viável, isto porque a rede a orbitar o planeta eliminaria obstáculos e despesas de instalar tecnologias no solo. Evitaria ainda os necessários encargos com as escolhas de localização, o fabrico das infraestruturas, o estender a fibra, o tratamento dos direitos de propriedade e muitos outros pequenos e grandes entraves que são realidade.

Num pedido feito em julho de 2016, a SpaceX incluiu um dado disponibilizado num relatório da Unesco onde era afirmado que “4,2 mil milhões de pessoas (ou 57% da população mundial) estão off-line por uma ampla gama de razões”, incluindo o facto de que a ligação necessária não está presente ou não é acessível.

 

Plano Musk à escala global

O projeto Starlink visa oferecer ao planeta o acesso à Internet a uma velocidade de 1 Gbps. A velocidade média global no final de 2015, de acordo com um relatório da empresa Akamai, era de 5,6 Mbps, ou 1/180 da velocidade-alvo da Starlink.

Os dispositivos que Musk pretende disponibilizar para o acesso a esta Internet são relativamente baratos, tendo sido referido em 2015, pelo CEO da SpaceX, que custariam entre 100 a 300 dólares cada.

A missão está prevista para sair da Base Vandenberg da Força Aérea na Califórnia, no sábado, às 9h14 da manhã, a bordo de um foguete Falcon 9, de acordo com o Spaceflight Now.

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