Há dados recentes que dão conta da existência de quase 8000 toneladas de lixo espacial em órbita, incluindo cerca 29.000 objetos com mais de dez centímetros e mais de um milhão pequenos demais para poderem ser seguidos. As colisões acontecem e todos os pedaços, mesmo os mais pequenos de apenas um milímetro, revelam-se perigosos.
Para combater o problema dos detritos no espaço está em desenvolvimento um projeto europeu, liderado pelo Centro Espacial Surrey da Universidade de Surrey, que realizou a primeira demonstração bem-sucedida da tecnologia de remoção de lixo espacial.
Projetado e fabricado por um consórcio que inclui a Airbus, o ArianeGroup e a Surrey Satellite Technology (SSTL), subsidiária da Airbus, o satélite RemoveDebris, usou uma rede especialmente desenvolvida para capturar um alvo implantado simulando um fragmento espacial.
Num vídeo do teste realizado pelo satélite, podemos ver a rede a ser disparada, envolvendo com sucesso os detritos simulados, que estão no espaço a cerca de 10 metros de distância da nave espacial. Durante os testes, a rede é separada do satélite. No entanto, a visão final é que este dispositivo permaneceria ligado para que o satélite pudesse arrastar os resíduos para fora da órbita.
O dispositivo foi implantado na Estação Espacial Internacional (ISS), tendo sido lançado a bordo do veículo espacial SpaceX Dragon em abril de 2018.
Como já falámos atrás, os destroços espaciais são um problema crescente, com cerca de 8000 toneladas de ‘lixo espacial’ a orbitar a Terra e representando um risco para os satélites e outras naves espaciais. RemoveDebris é um dos vários esforços em todo o mundo para desenvolver tecnologia para resolver este problema.
Este primeiro teste recebeu algumas ilações do Professor Guglielmo Aglietti, Diretor do Centro Espacial de Surrey, este referiu que:
Estamos absolutamente encantados com o resultado da tecnologia da rede. Embora possa parecer uma ideia simples, a complexidade de usar uma rede no espaço para capturar uma peça de detritos levou muitos anos de planeamento, engenharia e coordenação entre o Surrey Space Center, a Airbus e os nossos parceiros – mas há mais trabalho a ser feito. Estes são tempos muito emocionantes para todos nós.
Segundo os responsáveis deste projeto, para desenvolver a tecnologia de rede para capturar detritos espaciais, foram necessários 6 anos a testar o dispositivo recorrendo a voos parabólicos, em torres de queda especiais e também câmaras de vácuo térmicas.
O objetivo mais amplo da missão é testar várias tecnologias de remoção de detritos ativos num alvo simulado em órbita terrestre baixa.
Nos próximos meses, o RemoveDebris testará ainda mais as chamadas tecnologias de remoção de detritos ativos (ADR), incluindo um sistema de navegação baseado num tipo de visão que utiliza câmaras e tecnologia LiDaR para analisar e observar possíveis fragmentos de detritos.
O sistema usa um arpão para chegar ao detrito, depois abre-se uma vela que envolve o lixo. Posteriormente esse lixo é arrastado para fora da órbita e a atmosfera da Terra faz o restante trabalho de destruição.