O Cosmos 1437 foi lançado no dia 20 de janeiro de 1983 e tinha como missão fornecer serviços de espionagem à União Soviética. Foi colocado em órbita no foguete Vostok-2M, a partir do Cosmódromo de Plesetsk, hoje uma base espacial da Rússia, na altura era solo soviético. Depois de quase 40 anos, este satélite estava numa órbita que vinha a deteriorar-se há algum tempo.
Depois de várias décadas a existir apenas como lixo espacial, este satélite tinha a sua reentrada prevista para a noite de segunda-feira passada. A bola de fogo foi monitorizada pelas câmaras da BRAMON.
Satélite espião soviético “volta” à terra
Os moradores de regiões do Paraná, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul puderam observar a reentrada de um satélite soviético na atmosfera na noite desta segunda-feira, dia 3 de janeiro. Por volta das 21h locais, uma pequena bola iluminada cruzou o céu, sendo registada pelas câmaras da estação de monitorização de Monte Castelo. A bola de fogo mostra a reentrada na atmosfera do satélite Cosmos 1437, que voltou à Terra após 39 anos em órbita.
A Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) identificou o objeto a partir de previsões já feitas com a observação da deterioração da órbita do satélite, e a organização Aerospace, especializada em ciência e engenharia espacial, registou a reentrada e a trajetória do veículo.
Apesar de ser difícil prever a hora e o local exatos de reentrada de um objeto, a Aerospace conseguiu fazer este cálculo com muita precisão. Previu a reentrada do Cosmos 1437 sobre o Brasil, às 21:02 (horário de Brasília) desta segunda dia 3 (já dia 4 em Portugal continental).
Alguns utilizadores das redes sociais registaram o momento e deram alguns palpites. Vários testemunhos apontavam ser um avistamento de material da Starlink.
Segundo as informações da BRAMON, a reentrada do Cosmos 1437 não representou nenhum risco para a população no solo. Grande parte do seu material constituinte foi vaporizado durante a passagem atmosférica.
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