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Psyche: NASA já vai a caminho do asteroide rico em metal

A NASA continua a estudar Psyche, descoberto em 1852 e que se encontra a 3,6 mil milhões de quilómetros do nosso planeta. Acreditava-se que este asteroide fosse inteiramente feito de ferro e níquel. Com esse pressuposto, segundo uma avaliação, o conjunto de metal existente neste corpo celeste estaria avaliado em cerca de 10 mil biliões de dólares. Dos Estados Unidos partiu já uma nave espacial que o encontrará dentro de alguns anos.

 


A título de curisidade, segundo os dados de 2021 do Produto Interno Bruto Mundial – métrica que representa o valor total de todos os bens e serviços produzidos no planeta no ano em questão – o valor do nosso planeta situa-se em cerca dos 100 biliões de dólares (na escala curta 100 trilhões de dólares). Portanto, o valor calculado do metal deste asteroide será 100 vezes o valor produtivo da Terra.

Estes dados, em grosso modo, dão-nos uma visão exemplificativa, de quanto poderia valer este pedaço de universo que a NASA quer visitar.

Que tipo de asteroide será Psyche?

É um mundo como nenhum outro. Trata-se, portanto, de um asteroide rico em metais que pode ser o que resta de um pequeno planeta, ou talvez um tipo inteiramente novo de corpo celeste desconhecido da ciência.

Como tal, uma nave espacial da NASA descolou do Centro Espacial Kennedy na sexta-feira com destino a Psyche, um objeto a 3,6 mil milhões de quilómetros de distância que poderá oferecer pistas sobre o interior de planetas como a Terra.

As palavras do chefe da NASA, Bill Nelson, pouco antes da descolagem às 15h19, hora de Portugal continental, num foguetão reutilizável SpaceX Falcon Heavy, prometem muitas novidades:

Vamos aprender todo o tipo de coisas novas, como estas coisas voam através do sistema solar, chocam umas com as outras e causam a evolução do que temos hoje, o nosso sistema solar.

Já a cientista Lindy Elkins-Tanton separou-o de outras missões, pois este é um asteroide diferente:

Visitámos pessoalmente ou roboticamente mundos feitos de rocha, mundos feitos de gelo e mundos feitos de gás… mas esta será a primeira vez que visitaremos um mundo com uma superfície metálica.

 

Sonda da NASA já vai a caminho, mas tem uma longa jornada pela frente

Com um brilho azul do seu sistema de propulsão elétrica de última geração e ladeada por dois grandes painéis solares, a sonda de tamanho de carrinha deverá chegar ao seu destino na Cintura de Asteroides, entre Marte e Júpiter, em julho de 2029.

Ao longo de dois anos, a sonda irá utilizar o seu conjunto de instrumentos avançados para sondar Psyche na procura de indícios de um antigo campo magnético e para estudar a sua composição química e mineral, bem como a topografia.

Os cientistas pensam que Psyche, nome da deusa da alma na mitologia grega, pode ser parte do núcleo de ferro-níquel de um “planetesimal“, um bloco de construção de todos os planetas rochosos, que ficou exposto depois de uma antiga colisão ter destruído o exterior.

Também pode ser outra coisa – um objeto primordial do sistema solar que nunca foi documentado antes.

Esta é a nossa única forma de ver um núcleo. Dizemos que vamos ao espaço exterior para explorar o espaço interior.

Disse Elkins-Tanton.

Pensa-se que Psyche tem uma forma irregular, semelhante a uma batata, medindo 280 quilómetros de diâmetro no seu ponto mais largo – embora nunca tenha sido vista de perto. Até recentemente, os cientistas pensavam ser maioritariamente composta por metal – mas as análises baseadas em radar e luz refletida indicam agora que o metal é provavelmente existe me cerca de 30 a 60% do asteroide, sendo o resto rocha.

Propulsão elétrica solar

A missão incluirá várias inovações tecnológicas. A nave espacial Psyche, que recebeu o nome do asteroide, irá testar a próxima geração de comunicações baseadas em lasers – um passo que a NASA compara à atualização das antigas linhas telefónicas na Terra para fibra ótica.

As Comunicações Óticas do Espaço Profundo, como é designado o sistema, “foram concebidas para demonstrar uma capacidade de retorno de dados 10 a 100 vezes superior à dos sistemas de rádio de última geração atualmente utilizados no espaço”, afirmou Abi Biswas, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, num comunicado.

A Psyche também utiliza um tipo especial de sistema de propulsão chamado “propulsores de efeito Hall” que aproveita a energia dos painéis solares para criar campos elétricos e magnéticos que, por sua vez, expulsam átomos carregados de gás xénon.

O impulso que exerce é aproximadamente igual ao peso de uma pilha AA na sua mão. Mas no vazio do espaço, a nave espacial acelerará continuamente até dezenas de milhares de quilómetros por hora.

Estes sistemas evitam a necessidade de transportar milhares de quilos de combustível químico para o espaço, e a Psyche será a primeira vez que serão utilizados para além da órbita lunar.

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