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Projeto da NASA permite-nos “ouvir e sentir” galáxias e até buracos negros

A astronomia moderna trouxe-nos mais riqueza visual às descobertas espaciais. Agora, quase em tempo real, conseguimos graficamente, de forma ilustrativa, perceber o que os astrónomos descobrem e conseguem ver nos poderosos telescópios. No entanto, a NASA quer mais, quer que possamos ouvir e sentir o espaço.


Sentir e ouvir o Cosmos pela mão da NASA

Um dos benefícios surpreendentes da astronomia moderna é a riqueza de imagens astronómicas que nos alimenta a curiosidade e imaginação. Do telescópio Hubble ao Webb, as novas imagens que vemos online quase todos os dias são uma forma de percebermos o que os astrónomos estão a “ver”. Mas há mais que o ver, há também o sentir e ouvir.

O sentir e ouvir ajudam esta informação a chegar a outras pessoas. Entramos então no campo da Acessibilidade. As imagens que a NASA e outras agências projetam não são para todos. Se a pessoa for deficiente visual, daltónica ou processa melhor as informações de forma auditiva, ou cinestésica, as imagens astronómicas podem ser extremamente limitantes.

A pensar nisso, o projeto Universe of Learning da NASA explora como a astronomia pode ser transmitida de maneiras multissensoriais.

O projeto é uma colaboração de cientistas, artistas e educadores que trabalham juntos para nos ajudar a ouvir buracos negros ou sentir berçários estelares. O seu trabalho mais recente concentrou-se num aglomerado de galáxias conhecido como Stephan’s Quintet.

Se já viu “It’s a Wonderful Life“, viu o Quinteto de Stephan. É usado para representar uma discussão entre anjos sobre o protagonista do filme. O aglomerado foi o primeiro agrupamento compacto de galáxias já descoberto em 1877 e, desde então, tem sido um alvo popular para os astrónomos.

A equipa da NASA criou várias formas de explorar o Quinteto. Pode ver como as galáxias se parecem em vários comprimentos de onda e explorá-las em 3D.

Pode também ouvir os sons criados quando as cores e o brilho das imagens são expressos como notas musicais, um processo conhecido como sonificação.

A equipa até fez um mapa tátil do Quinteto, onde os alunos podem explorar as cristas e vales óticos do Quinteto de Stephan puramente pelo tato.

Embora grande parte do foco do projeto tenham sido os usos educacionais da astronomia multissensorial, também há benefícios científicos. Vemos a astronomia como imagens porque durante séculos tudo o que pudemos fazer foi olhar para o universo.

Quando as novas ferramentas de astronomia, como rádio e telescópios de raios-x, foram criadas, passaram a ser usados muitas vezes os dados recolhidos para criar imagens, embora os telescópios não captem imagens da mesma forma que os telescópios óticos.

Claro, não podemos fugir à nossa essência. Somos criaturas visuais e, portanto, as imagens falam connosco de maneiras poderosas. Lembrem-se que “uma imagem vale por mil palavras”. No entanto, o ser humano também é uma criaturas de sensações e o toque é importante. Temos também de adicionar o som e as experiências auditivas.

Tal como na Terra que exploramos o mundo ao nosso redor usando todos os nossos sentidos, também no espaço o teremos de fazer. Assim, à medida que a equipa do Universe of Learning cria maneiras de sentirmos as galáxias e ouvirmos os buracos negros, fornecem-nos novas formas de entender o cosmos. E isso é um benefício para todos, de todas as habilidades.

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