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Objectos maciços e misteriosos detetados a flutuar no espaço profundo

Fui avisado para não lhes chamar planetas, para não lhes chamar matéria negra…


Matéria escura: ela existe, só não se conseguiu comprovar… ainda!

Durante anos, os astrónomos têm utilizado os flashes de luz extremamente constantes que emanam dos pulsares, os restos altamente magnetizados de estrelas mortas que giram como faróis cósmicos, para manter o tempo a um nível atómico de precisão e observar ondas gravitacionais.

Mas há momentos fugazes em que estes impulsos altamente regulares não são exatamente pontuais. Como relata o IFLScience, os investigadores sugerem agora que enormes massas invisíveis podem estar a passar à frente dos pulsares, causando atrasos quase impercetíveis nos sinais ao nível dos microssegundos.

O que são exatamente estas massas – ou se existem de facto – continua a ser um debate aceso.

Fui avisado para não lhes chamar planetas, não lhes chamar matéria escura, chamar-lhes apenas concentrações de massa porque, só de olhar para o rádio, não se pode determinar o que são. Podem ser uma anã castanha, uma espécie de anã branca ou outra coisa qualquer.

Disse John LoSecco, professor da Universidade de Notre Dame, que tem estudado o fenómeno e apresentou as suas descobertas no Encontro Nacional de Astronomia desta semana na Universidade de Hull.

Sombras fugazes

LoSecco e os seus colegas têm estado a criar um catálogo destas massas misteriosas utilizando dados sobre o tempo de chegada de sete radiotelescópios espalhados por todo o mundo.

Havia 12 candidatos e provinham de oito pulsares independentes.

Disse o investigador.

A investigação pode até lançar luz sobre a matéria escura, o material hipotético que os cientistas acreditam constituir 85% da matéria total do universo, mas que ainda não foi observado diretamente.

Tiramos partido do facto de a Terra se mover, o Sol se mover, o pulsar se mover e até a matéria negra se mover. Observamos os desvios no tempo de chegada causados pela mudança de distância entre a massa que estamos a observar e a linha de visão do nosso pulsar ‘relógio’.

Explicou LoSecco num comunicado de imprensa.

Uma destas massas invisíveis media apenas um quinto da massa do Sol, o que, segundo LoSecco, “poderia ser um candidato à matéria negra”.

Mas muito mais investigação tem de ser feita antes de podermos dizer com certeza o que está a causar estas discrepâncias mínimas nos batimentos cósmicos dos pulsares.

A verdadeira natureza da matéria negra é um mistério. Esta investigação lança uma nova luz sobre a natureza da matéria negra e a sua distribuição na Via Láctea e pode também melhorar a exatidão dos dados de precisão dos pulsares.

Concluiu e admitiu LoSecco.

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