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O CPU da PlayStation One foi quem guiou a sonda até Plutão

Todos sabemos que actualmente os processadores que temos nos smartphones são poderosíssimos, são hoje mais rápidos no processamento que os computadores de há 10 anos atrás, por exemplo. Então, facilmente percebe que o seu smartphone tem um processador mais poderosos que a nave que levou o homem à Lua!

O que não imagina é que o processador usado na PlayStation Original da Sony, que já tem uns anos largos, foi “o que levou” a sonda New Horizons, da NASA, até Plutão.

Estamos a falar no CPU MIPS R3000 que uma vez correu Final Fantasy VII e Metal Gear Solid e que foi reaproveitado pela NASA em 2006 para os propulsores. Este processador está a ser usado para os sensores que monitorizam o fogo e transmitem esses dados à sonda espacial New Horizons.

A importância destes sensores e, consecutivamente, deste CPU é enorme. Pode pensar que, na PlayStation, derrotar o inimigo é uma questão de tentativas, mas imagine o que é ter uma sonda, de 700 milhões de dólares (no conjunto da expedição), a propulsão nuclear que demorou 9 anos e meio a chegar a Plutão e percorreu 4,8 mil milhões de quilómetros que está a passar a uma velocidade de 50 mil quilómetros por hora?

Não há margem para errar e a passagem mais perto que a New Horizons passou do planeta anão, que afinal é ligeiramente maior que os astrónomos pensavam, foi às 11:49 TMG (12:49 em Lisboa) e ia em piloto automático.

 

Mas porque usou a NASA este CPU?

Não é uma decisão nova, é até usual usar estes componentes, já muito testados e com uma extensa base de dados de comportamentos, problemas e soluções, para colocar em equipamento espacial. Por exemplo, a nave espacial de última geração Orion – que se espera levar um dia seres humano a Marte – é controlado por um processador IBM fabricado em 2002.

O engenheiros procuram essencialmente fiabilidade e não outros aspectos que se possam encontrar em processadores recentes e com poucos anos de “mercado”.

Visto deste espaço temporal, o processador pode parecer já muito ultrapassado, mas não nos podemos esquecer que a New Horizons está a viajar no espaço há quase 10 anos e sabemos que no mundo da tecnologia, uma década é muito tempo e tudo evolui com uma velocidade fenomenal.

A sonda espacial, agora que lá chegou e começou a captar imagens, tem muito trabalho a fazer. Uma vez lá, ela vai explorar o planeta anão e as suas luas antes de passar a explorar o cinturão de Kuiper – o cinturão de asteróides maciço que se situa nas franjas do nosso Sistema Solar. Este chip viajou a partes do espaço onde os objectos feitos pelo homem nunca lá estiveram antes. Se isso valoriza a Playstation que tem num armário já cheia de pó e bolor? Sim… em termos históricos!!!

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