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Nova investigação sugere que uma inversão dos polos magnéticos da Terra pode ser catastrófica

Os polos magnéticos da Terra estão constantemente em movimento. Segundo os registos geológicos, o fenómeno pode mesmo já estar atrasado nesta era moderna. Os investigadores sabem que já aconteceu no passado.

Apesar de ser inevitável, as opiniões estão divididas sobre os efeitos que tal evento poderá ter no planeta e nos seus habitantes.


Árvore é testemunha da inversão dos polos magnéticos da Terra

Um novo estudo publicado na Science oferece-nos algumas informações úteis graças a uma árvore extremamente velha.

A árvore, que ainda estava a crescer quando a mais recente inversão do polo magnético ocorreu, há cerca de 42.000 anos, sugere mudanças dramáticas e possivelmente catastróficas que ocorreram na atmosfera e na superfície do nosso planeta.

Os cientistas foram capazes de usar esta árvore, que estava morta há muito tempo, mas bem preservada, para entender melhor um grande trecho da história da Terra.

Ao estudar os anéis da árvore, os cientistas obtiveram um registo detalhado de aproximadamente 1.700 anos. Esta árvore estava viva durante a última inversão dos polos magnéticos e uma análise dos anéis sugere que foi uma época desafiadora para qualquer pessoa que vivesse na Terra.

 

Alteração da polaridade na Terra pode trazer problema para a humanidade

A equipa procurava especificamente por uma assinatura de carbono nos anéis das árvores. O tipo de carbono que os cientistas procuravam é criado quando os raios cósmicos conseguem atingir a atmosfera da Terra. Quando o campo magnético da Terra é forte, como é hoje, a quantidade de carbono gerada por esta interação é relativamente baixa, mas aumenta quando o campo magnético enfraquece e permite que mais raios cósmicos passem.

Os cientistas conseguiram encontrar uma grande quantidade deste tipo específico de carbono nos anéis das árvores, que teriam sido produzidos durante a inversão polar, sugerindo que tal evento está diretamente ligado a uma mudança dramática na força do campo magnético da Terra.

Este registo revela um aumento substancial no conteúdo de carbono-14 da atmosfera, culminando durante o período de enfraquecimento da força do campo magnético anterior à troca de polaridade.

Os autores [do estudo] modelaram as consequências deste evento e concluíram que o mínimo de campo geomagnético causou mudanças substanciais na concentração de ozono atmosférico que levou a alterações climáticas globais e ambientais sincronizadas.

Explica a Science.

Os investigadores acreditam que este evento teria “mergulhado” a Terra em radiação ultravioleta como resultado do campo magnético enfraquecido e dos danos à camada de ozono que se seguiram.

Pode até ter provocado a extinção de muitas espécies. Apesar do que já se sabe, ainda não existe informação que possa explicar a razão clara da inversão dos polos magnéticos. Contudo, se este fenómeno de facto se vier a repetir, a humanidade pode passar por dificuldades.

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