A sonda Cassini, que explorou Saturno durante 13 anos e que despenhou no planeta em 2017, deixou dados captados que ainda são hoje escrutinados. Então, ao escavarem nas imagens infravermelhas detalhadas da lua gelada Enceladus, os cientistas da NASA dizem ter encontrado “fortes indícios” de gelo fresco no hemisfério norte da lua.
Esta pode ser uma boa notícia para as hipóteses de vida na lua gigante, a “bola de neve” de Saturno.
NASA descobre importantes evidências de gelo em Saturno
Os cientistas analisaram os dados deixados pela Cassini sobre a Enceladus, a sexta maior Lua de Saturno. Segundo eles, o gelo, que se acredita ter origem no interior desta Lua, pode ser uma boa notícia.
Esta Lua, para os astrónomos, é considerada um dos lugares mais promissores para procurar vida no sistema solar.
Conforme é referido pela NASA, o conjunto de dados detalhados através de imagens infravermelhas foi recolhido pelo Visible and Infrared Mapping Spectrometer (VIMS) da Cassini.
A tecnologia da Cassini permitiu a leitura de comprimentos de onda variáveis, incluindo luz visível e infravermelha.
Lua de Saturno atira bolas de neve para o espaço
Em 2005, os cientistas descobriram, pela primeira vez, que Enceladus lança gigantescas plumas de grãos de gelo e vapor de um oceano subterrâneo suspeito, escondido sob uma espessa crosta de gelo.
Portanto, os novos sinais infravermelhos combinam perfeitamente com a localização desta atividade, tornada altamente visível na forma de cortes em neon vermelho “faixa de tigre”, no Polo Sul da lua.
Características semelhantes também foram detetadas no hemisfério norte, levando os cientistas a acreditar que o mesmo processo está a acontecer em ambos os hemisférios.
O infravermelho mostra-nos que a superfície do Polo Sul é jovem, o que não é surpresa, porque sabíamos dos jatos que lançam material gelado ali.
Afirmou Gabriel Tobie, cientista do VIMS da Universidade de Nantes, num comunicado da NASA.
Conforme foi referido pelos investigadores, se as condições forem adequadas, poderão existir moléculas provenientes do oceano profundo de Enceladus. Estas moléculas podem estar na mesma via de reação que vemos aqui na Terra.
Ainda não sabemos se os aminoácidos são necessários para a vida além da Terra. Contudo, encontrar as moléculas que formam aminoácidos é uma peça importante do puzzle.