Pplware

Marte: “zona habitável” do planeta pode ser ideal para a próxima vida

A cada passo que é dado para conquistar as adversidades do espaço e das viagens espaciais, mais o sonho de pousar em solo marciano se torna real. E sim, o sucesso da SpaceX é disso um exemplo da vontade do ser humano em viajar até Marte e para lá dele. Também é verdade que o Planeta Vermelho não é amistoso para nós humanos, mas há uma “zona habitável” que poderá ser o sítio certo para “acampar”.


O melhor spot de Marte

Toda a gente, desde a NASA a David Bowie, já se interrogou sobre a existência de vida em Marte – e agora podemos ter um local preciso para a procurar. Um novo estudo do Caltech mostrou que os micróbios fotossintéticos poderiam prosperar numa pequena zona habitável sob o gelo.

Como qualquer rover marciano nos dirá, a superfície do Planeta Vermelho é um deserto frio e estéril. A falta da camada de ozono e do campo magnético significa que a radiação ultravioleta do Sol é cerca de 30% mais forte do que na Terra, esterilizando aquelas rochas vermelhas poeirentas.

Mas provas irrefutáveis sugerem que nem sempre foi esse o caso – há milhares de milhões de anos, Marte pode ter tido rios, lagos e até oceanos, que poderiam ter albergado vida. À medida que estas condições favoráveis secaram, qualquer vida microbiana que tivesse evoluído poderia ter-se refugiado no subsolo, onde ainda hoje pode haver nutrientes e recursos suficientes.

Agora, cientistas do Caltech calcularam uma potencial zona habitável para micróbios subterrâneos em Marte.

As zonas habitáveis são essencialmente locais onde as condições são as ideais para a sobrevivência da vida. Os astrónomos falam muitas vezes delas à escala dos sistemas solares – a Terra, por exemplo, encontra-se na zona habitável em torno do Sol, onde as temperaturas não são demasiado quentes nem demasiado frias, pelo que a água líquida pode acumular-se à superfície.

Os investigadores calcularam qual seria este meio-termo e afirmam que o gelo com apenas 0,01-0,1% de poeira poderia proporcionar uma área habitável com cerca de 5 a 38 centímetros de profundidade e, em gelo mais limpo, poderiam ser possíveis ainda mais áreas habitáveis entre 2,15 e 3,1 metros de profundidade.

Mas há vida marciana?

No contexto de Marte, uma zona habitável para micróbios fotossintetizantes poderia existir abaixo de uma certa quantidade de gelo. Demasiado superficial e a forte radiação ultravioleta cozinhá-los-ia, mas demasiado profunda e não haveria luz visível suficiente para se alimentarem.

A equipa do Caltech calculou a profundidade desta zona habitável com base no teor de poeira e na estrutura do gelo. Se a poeira constituir mais de 1% do gelo, a zona será demasiado sombria para que a vida sobreviva – mas no gelo que contém entre 0,01 e 0,1% de poeira, os micróbios poderão encontrar refúgio a profundidades entre 5 e 38 cm.

Se o gelo for ainda mais limpo, uma potencial zona habitável poderia estender-se até uma profundidade de 2,15 a 3,1 metros.

A água líquida continuaria a ser necessária para este tipo de vida, mas a equipa afirma que as partículas de poeira presas no gelo causariam ocasionalmente pequenas bolsas de fusão localizadas que poderiam satisfazer as suas necessidades. Este processo não funcionaria muito perto dos polos marcianos, mas seria possível em gelo noutros pontos do planeta.

É claro que o facto de ser teoricamente possível a existência de vida nestas áreas não significa que ela exista definitivamente. Mas o estudo dá às futuras missões robóticas ou tripuladas a Marte um bom sítio para começar a procurar.

A investigação foi publicada na revista Nature Communications Earth & Environment.

 

Leia também:

Exit mobile version