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Lisboa testemunhou inovadora cirurgia de remoção de cancro com reconstrução de veias

Chama-se António Rolo e foi a cobaia desta estreia que aconteceu em Portugal, especificamente, em Lisboa. O Hospital Curry Cabral recebeu a primeira cirurgia de remoção de um cancro com posterior reconstrução de uma veia.

A cirurgia foi orientada por um especialista, mas realizada por um robô.


Mais uma vez, conhecemos uma excelente colaboração entre a medicina e a tecnologia. Contudo, se lhe parece que este tipo de parceria só tem lugar fora do país, saiba que, desta vez, aconteceu na capital portuguesa, no Hospital Curry Cabral, um hospital público integrado no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

António Rolo passou mais de 11 horas em cirurgia, mas, agora, duas semanas depois, já é capaz de caminhar. De acordo com a CNN Portugal, o paciente foi operado a um cancro muito agressivo no fígado, nas vias biliares.

Uma cirurgia muito complexa, que envolveu a remoção de cerca de dois terços do fígado.

Revelou Hugo Pinto Marques, diretor do Serviço de Cirurgia e da Unidade de Transplantação do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

Hugo Pinto Marques, diretor do Serviço de Cirurgia e da Unidade de Transplantação do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, em entrevista à CNN Portugal

Além disso, a cirurgia implicou a remoção de uma veia, a veia porta, da qual teve de ser tirada uma pequena porção. O robô que auxiliou todo o processo chama-se Davinci e permitiu a reconstrução dessa veia, posteriormente, por forma a “repor a anatomia normal”.

O Davinci é um poderoso robô que possibilita cirurgias “menos invasivas, mais precisas e, consequentemente, com menos complicações”. Possui cinco braços e é controlado por um médico que, para o coordenar de forma mecanizada, precisa de assegurar 50 horas de treino num simulador.

Segundo Luís Campos Pinheiro, coordenador da cirurgia robótica, o robô é controlado por um especialista que tem à sua disposição uma pinça na mão esquerda, uma tesoura e uma pinça na mão direita, que pode utilizar alternadamente, um pedal e uma câmara. Além disso, a imagem 3D permite uma observação muito mais precisa.

É uma cirurgia em que o doente não tem uma agressão tão grande, porque não tem uma cicatriz tão grande. O doente é operado por pequenos orifícios. O instrumento permite-nos operar com muito mais precisão, sem tremor.

Garantiu Hugo Pinto Marques.

O paciente António Rolo admitiu estar “espantado com o avanço”.

 

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