Pplware

Investigadores descobriram uma forma de reutilizar as máscaras descartáveis

As máscaras descartáveis foram uma das armas de peso no combate da pandemia pela COVID-19. Agora, uma vez que as medidas estão a ser levantadas em muitos países e a sua obrigatoriedade está a desaparecer, um grupo de investigadores encontrou uma forma de as reutilizar.

Parece improvável, mas aparentemente as máscaras melhoram a resistência do betão.


Durante a pandemia provocada pela COVID-19, as máscaras cirúrgicas descartáveis tornaram-se um acessório obrigatório. Fazendo jus ao seu título, foram parar ao lixo, bem como ao chão e a outros espaços menos indicados. Aliás, o impacto que o seu descarte poderia vir a ter no ambiente foi um problema colocado em cima da mesa – por serem compostas por um tipo de plástico que levaria centenas de anos a degradar-se.

Mais do que isso, um estudo mencionado pelo Interesting Engineering estimou que a poluição associada às máscaras aumentou em 9.000% à medida que os países foram impondo a sua obrigatoriedade. Assim sendo, os milhares de milhões de máscaras que foram usados durante o período da pandemia representam, ainda hoje, um desafio para a gestão de resíduos.

Então, um grupo de investigadores da Washington State University (WSU) tem utilizado máscaras descartáveis para melhorar a resistência do betão em até 47%. O estudo foi publicado na Materials Letters.

 

Máscaras descartáveis dão resistência ao betão

As máscaras descartáveis podem ser constituídas por tecido de poliéster ou poliestireno, polietileno ou polipropileno. Isto é, polímeros termoplásticos que podem ser colocados na maioria das formas enquanto se trabalha a altas temperaturas. Além disso, as máscaras também possuem elementos de metal e tiras de algodão. Estas últimas, embora sejam recicláveis, acabam normalmente em montes de resíduos não tratados.

Portanto, de acordo com o professor Xianming Shi, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da WSU, as máscaras descartáveis podem ser uma mais-valia. A descoberta aconteceu quando experimentou a utilização das máscaras no betão.

Assim como indicado por outros estudos, a adição de microfibras aumenta a resistência do betão, reduzindo, consequentemente, as emissões de dióxido de carbono da sua produção. Então, os investigadores da WSU desenvolveram um processo para transformar as máscaras descartáveis em microfibras, com o objetivo de as utilizarem na produção de betão.

Cortando as máscaras em tiras de cinco a 30 milímetros de comprimento e tratando-as com óxido de grafeno antes de as misturar no cimento, os investigadores conseguiram eliminar a energia da fratura, que normalmente contribui para pequenas fissuras no betão. Ora, o óxido de grafeno permite que as microfibras adiram à superfície. Sem elas, podem ocorrer fissuras que resultem na eventual falha do betão.

Além do tecido das máscaras descartáveis, os investigadores também reutilizaram os elementos de metal e as tiras de algodão, triturando-os e adicionando-os ao cimento.

Agora, os investigadores estão a estudar para determinar se o betão está protegido contra os danos provocados pelas geadas e pela utilização contínua das estradas.

 

Leia também:

Exit mobile version