A tecnologia tem dado muito de si, quando aliada à ciência, e, numa estreia mundial, uma equipa de investigadores conseguiu clonar porcos, utilizando apenas um sistema de Inteligência Artificial (IA).
Ao mundo, vieram sete leitões saudáveis que abrem novas portas para o consumo de carne.
A questão do consumo excessivo de carne, a nível mundial, não é nova e são já algumas as soluções apresentadas para o diminuir ou controlar. A China, por exemplo, é atualmente o maior produtor de carne de porco do mundo e alberga mais de 400 milhões de suínos. Por ser uma das carnes mais consumidas, o país não consegue dar resposta à procura e acaba por precisar de importar o produto.
Claro que esta forma de gerir o fornecimento não é a ideal e, por isso, já existe mais uma solução para servir de alternativa à carne de porco. Uma equipa de investigadores do College of Artificial Intelligence da Nankai University, na China, desenvolveu um método totalmente automatizado para clonar porcos. Em março, a “mãe adotiva” deu à luz sete leitões saudáveis, sem qualquer intervenção humana.
Segundo Liu Yaowei, um dos investigadores da Nankai University, o sistema de IA utilizado para clonar os porcos poderá aumentar significativamente o número de suínos no país, tornando-o autossuficiente na produção de carne de porco.
Carne de porco clonado versus carne de porco desenvolvida em laboratório
Como já vimos por aqui algumas vezes, existe também carne desenvolvida em laboratório. No entanto, as duas conceções diferem ligeiramente. Se, por um lado, a laboratorial é desenvolvida a partir de células animais preparadas em ambiente de laboratório, por outro, os clones são conseguidos a partir de células inalteradas. As células de animais clonados podem também ser utilizadas para criar carne em laboratório.
Apesar das opções, os métodos utilizados hoje em dia exigem o envolvimento ativo de humanos nas várias fases dos processos, aumentando a margem de erro. Por sua vez, os investigadores da Nankai University desenvolveram um método de clonagem totalmente automatizado que não envolveu, nos testes, qualquer intervenção humana.
O nosso sistema alimentado por IA pode calcular a estirpe dentro de uma célula e direcionar o robô para usar uma força mínima para completar o processo de clonagem, o que reduz os danos celulares causados pelas mãos humanas.
Explicou Liu Yaowei.
Os detalhes da clonagem dos porcos ainda não foram divulgados num estudo, mas os investigadores já afirmaram que a implementação do seu método baseado em IA poderá ajudar a aumentar a produção de carne de porco na China, bem como motivar estratégias de clonagem de outros animais, pelo mundo.
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