De acordo com informações muito recentes, a variante Delta é responsável por 100% das infeções em todas as regiões em Portugal. Estar vacinado contra a COVID-19 não significa que se esteja totalmente protegido. Como sabemos, as vacinas protegem a forma grave da doença COVID-19 e só por isso é uma enorme vantagem.
Um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) revela que as vacinas de tecnologia mRNA (Pfizer e Moderna) são menos eficazes a prevenir a infeção pela variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2.
Eficácia das vacinas mRNA é inferior face à variante Delta
Segundo o relatório do INSA, a variante Delta (B.1.617.2) apresenta uma frequência relativa de 100% na semana de 09 a 15 de agosto em todas as regiões, de acordo com os dados apurados até à data.
Relativamente à vacinação, na investigação, que está em pré-publicação e ainda não foi sujeita a revisão por pares científicos, conclui-se que há “probabilidade significativamente superior de infeção pela variante Delta em pessoas vacinadas”, sensivelmente “o dobro do risco de infeção pela variante Alpha“.
Esta tendência na eficácia das vacinas mRNA face à variante predominante em Portugal é igual em pessoas com uma dose ou com as duas doses do esquema completo. Para o estudo, foram analisados cerca de 2.000 casos positivos de infeção.
De acordo com os resultados obtidos, observou-se que os infetados com a variante Delta apresentaram, em média, valores de carga viral mais elevados, o que poderá significar uma maior transmissibilidade”, revela o INSA.
Estima-se que a eficácia do esquema vacinal completo, que era de 70% a 90% para a variante Alpha, desça para 41% a 80% face à Delta. Na situação de uma toma, a eficácia de 55% a 70% face à Alpha passará para entre 24% a 49%, sugerem os resultados do estudo do INSA.
Outro dos resultados principais do estudo indica que as pessoas com duas tomas de vacina têm “menor carga viral e potencialmente menor transmissibilidade do que os indivíduos não vacinados” em relação a ambas as variantes do SARS-CoV-2.
No caso específico da Delta, a transmissibilidade é equivalente quer se tenha apenas uma toma ou ambas.
O estudo foi realizado entre maio e julho deste ano, quando a variante Delta se tornou predominante em Portugal.